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sexta-feira, 27 dezembro, 2024
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Lula insiste em colocar ex-ministro sem experiência como presidente da Vale, ultrapassando todos os limites

Por Marina B.

Se alguém nutria alguma expectativa de que Lula desistiria da peculiar ideia de colocar Guido Mantega como presidente da Vale, é melhor abandonar tal esperança. O líder petista está determinado a impor à empresa privada, há quase três décadas, a presença de um companheiro que ele considera profundamente injustiçado.

Hoje, Alexandre Silveira, designado por Lula para realizar esse desejo, colocou as mãos na massa e iniciou oficialmente as operações. O ministro de Minas e Energia já entrou em contato com mais de um acionista importante da mineradora e, em nome do presidente da República, afirmou que Lula insiste em ver Mantega como presidente da empresa.

O ministro foi enfático. Lula não está interessado em apenas um assento para Mantega no conselho (que dispõe de 13 vagas), mas no cargo executivo principal, cuja remuneração anual é, aliás, de aproximadamente R$ 60 milhões.

No próximo dia 31, o conselho da Vale se reunirá. Um dos tópicos da pauta é a decisão sobre a continuidade de Eduardo Bartolomeo na presidência da Vale por mais um mandato.

Ao agir assim, Lula reforça a percepção de que acredita poder fazer qualquer coisa, inclusive nomear um ex-ministro que nunca trabalhou nem por cinco minutos em uma empresa privada para liderar a segunda maior mineradora de minério de ferro do mundo. Alguns assessores cogitavam a possibilidade de Lula reconsiderar Mantega e aceitar um nome alternativo, mas o petista está irredutível.

Entretanto, na Vale, o governo possui menos influência do que no Congresso, onde enfrenta desafios de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. O governo detém apenas 8% de participação, via Previ. Embora tenha o poder de conceder licenças ambientais e minerárias por meio do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e ANM (Agência Nacional de Mineração), bem como de interferir nos planos da Vale no setor de ferrovias, que são concessões federais, utilizar esses poderes seria claramente uma ingerência imprópria.

Um conselheiro da Vale recordou recentemente o discurso de Lula em Pernambuco na semana passada, no qual defendeu a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, central na Operação Lava-Jato:

— Ao unir aquela declaração do presidente com essa tentativa de intervenção real na Vale hoje, é possível concluir que ele ultrapassou todos os limites.

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