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quinta-feira, 7 novembro, 2024
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Bolsonaro busca autorização do STF para Ir à posse de Trump: “O cara mais poderoso do mundo”

Por Alexandre Gomes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que solicitará autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para viajar aos Estados Unidos e participar da posse de Donald Trump como presidente, marcada para 20 de janeiro de 2025. O convite de Trump, segundo Bolsonaro, seria uma grande honra, já que, em suas palavras, “talvez eu seja a única pessoa no Brasil que ele vai convidar para seu grupo”.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro explicou que, se receber um convite formal de Trump, peticionará ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, para obter a permissão necessária para viajar. Desde que perdeu a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, Bolsonaro tem enfrentado restrições de viagem, incluindo a retenção de seu passaporte, em razão das investigações sobre sua suposta tentativa de golpear o resultado das eleições e permanecer na presidência.

A confiança de Bolsonaro em sua relação com Trump

Bolsonaro, conhecido por seu alinhamento com o ex-presidente dos EUA, demonstrou confiança de que sua viagem será autorizada, apontando a “influência” de Trump, que considera o líder republicano como a figura mais poderosa do mundo. “Ele vai falar ‘não’ para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou o ex-presidente, o cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex?” perguntou Bolsonaro, em tom provocativo, referindo-se à relação amistosa que sempre manteve com o líder americano.

Bolsonaro ainda fez uma crítica sutil ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionando se Trump convidaria o chefe do Executivo brasileiro para a posse, “Talvez protocolarmente,” afirmou o ex-presidente, sugerindo que o convite de Trump teria um peso político muito maior em sua relação com Bolsonaro do que com Lula.

Relacionamento e amizade de longa data com Trump

A amizade entre Bolsonaro e Trump é bem documentada e se reflete nas palavras do ex-presidente brasileiro. “Ele [Trump] me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixona por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar.” Essa amizade, segundo Bolsonaro, foi evidenciada em momentos de apoio mútuo durante os anos em que ambos dividiram a cena política global, com Bolsonaro frequentemente elogiando o estilo de liderança de Trump.

Em uma referência mais pessoal, Bolsonaro falou sobre o envolvimento de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), com o ex-presidente dos EUA, destacando que o filho teve a oportunidade de estar em eventos organizados por Trump, e até levou amigos de dentro de seu círculo. “O Eduardo tem amizade enorme com ele [Trump]. Tanto é que, dos 85 convidados, ele foi e botou mais dois para dentro,” relatou o ex-presidente, evidenciando a proximidade e o respeito mútuo entre os Bolsonaro e Trump.

Restrições e controvérsias com o STF

A situação envolvendo o ex-presidente e o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, tem sido um dos maiores pontos de tensão desde a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Moraes, que conduz investigações envolvendo Bolsonaro sobre a tentativa de golpe após o pleito, já negou diversas solicitações de viagens internacionais feitas pelo ex-presidente. A mais recente delas, segundo Bolsonaro, foi para uma viagem a Mar-a-Lago, na Flórida, onde Trump esteve acompanhando os resultados das eleições.

O ex-presidente, visivelmente irritado, fez duras críticas ao tratamento que tem recebido das autoridades brasileiras. “Há dois anos querendo me incriminar como golpista, vai a merda, porra,” disparou Bolsonaro, refletindo o desconforto com as investigações que o colocam como um possível articulador de uma tentativa de golpe de Estado para manter-se no poder após as eleições de 2022.

Relação com Trump

A relação de Bolsonaro com Trump vai além da política externa. Ambos compartilham ideologias conservadoras e posições populistas, que os uniram em várias questões ao longo dos seus mandatos. Além disso, o apoio explícito de Trump à candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2018 e a troca de elogios entre ambos contribuíram para uma relação de amizade e apoio político mútuo.

A ida de Bolsonaro à posse de Trump seria um símbolo de seu posicionamento no cenário político internacional, especialmente considerando que sua relação com os EUA durante seu governo foi marcada por alinhamentos políticos e estratégicos com o governo de Trump. Para o ex-presidente, essa viagem teria grande importância, não apenas como uma questão de amizade, mas também como uma forma de reafirmar sua postura e sua presença no cenário internacional, mesmo após deixar o cargo.

Embora ainda haja incertezas sobre a autorização de sua viagem, Bolsonaro segue confiando na possibilidade de ir à posse de Trump, refletindo sua visão de que o apoio internacional e o relacionamento com líderes como Trump são parte crucial de sua política externa e identidade política. No entanto, sua relação com o STF e os desdobramentos das investigações sobre sua possível tentativa de golpe ainda serão fatores decisivos para definir o futuro de suas movimentações políticas, tanto no Brasil quanto no exterior.

Bolsonaro, portanto, continua a manter uma postura combativa e provocativa, desafiando não só as autoridades brasileiras, mas também reiterando sua amizade e proximidade com um dos líderes mais influentes do mundo. Resta saber se a Justiça brasileira permitirá que ele siga seu caminho para os EUA, mas sua estratégia de se manter no centro do debate político, com apoio internacional, segue sendo uma peça-chave em sua trajetória pós-presidência.

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