A Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), declarou nesta quinta-feira (24) que o apagão que deixou Cuba às escuras por quatro dias foi causado pelo bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos. Segundo a entidade, esse bloqueio teria como objetivo “jogar o povo cubano contra o governo”, numa tentativa de derrubar o regime ditatorial de Miguel Díaz-Canel.
Realidade de Cuba
Embora o apagão tenha sido atribuído a uma falha na central termelétrica de Matanzas e à escassez de combustível, que seria agravada pelo embargo, a defesa feita pelo PT e seus aliados ignora a realidade precária da infraestrutura cubana. A energia elétrica na ilha é fornecida por um sistema obsoleto, que há décadas sofre com problemas de manutenção e má gestão por parte do regime comunista. Não é de hoje que Cuba enfrenta sucessivos apagões, resultado de uma economia centralizada e ineficaz.
A Fundação Perseu Abramo argumenta que o bloqueio dos EUA é o principal culpado pelas dificuldades da ilha, mas negligencia o fato de que o próprio governo cubano é responsável por décadas de ineficiência e repressão. Mesmo com o embargo, vários países, incluindo aliados próximos como Rússia e China, têm fornecido assistência a Cuba, o que levanta questões sobre até que ponto o embargo realmente impede a recuperação da ilha.
O PT e a sua posição ideológica
O apoio do PT ao regime cubano é antigo e reflete uma visão ideológica ultrapassada. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, não só defende o fim do bloqueio, como também pressiona o governo brasileiro a enviar mais ajuda à ilha. Em vez de reconhecer o fracasso do governo cubano em promover reformas que possam melhorar a vida do seu povo, o PT insiste em culpar os EUA por todos os problemas da ilha.
Essas declarações mostram a desconexão do PT com a realidade vivida pelos cubanos. Nas últimas semanas, protestos em diversas regiões da ilha demonstraram a insatisfação crescente da população com as condições de vida, agravadas pelos apagões. No entanto, em vez de criticar o regime autoritário de Díaz-Canel, o PT opta por protegê-lo, justificando suas falhas com a retórica anti-imperialista de sempre.
Protestos e repressão
Os apagões recentes provocaram manifestações em várias cidades cubanas, incluindo Havana, Santiago de Cuba e Villa Clara. Esses protestos, no entanto, não são novidades. Em julho de 2021, uma onda de protestos em 50 cidades resultou em repressão brutal, com 1.300 pessoas detidas, feridas e, em alguns casos, mortas. O governo cubano, como de costume, respondeu com ameaças de repressão, em vez de buscar soluções para os problemas que afligem sua população.
Aliança do governo Lula com Cuba
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a manter uma aliança estreita com Cuba, como demonstrado em diversas reuniões entre Lula e Díaz-Canel ao longo do último ano. Durante a Assembleia Geral da ONU, Lula pediu novamente o fim do bloqueio econômico, descrevendo-o como “injustificado”. O problema, contudo, vai muito além do embargo. O regime cubano há muito tempo se mantém por meio da repressão e da negligência das necessidades básicas de seu povo.
Enquanto o PT continua a apoiar o regime de Cuba, cada vez mais cubanos saem às ruas em busca de uma vida melhor, denunciando as condições miseráveis em que vivem. Para muitos, o apoio do PT a um governo ditatorial que reprime sua população é simplesmente indefensável. Em vez de usar sua influência para pressionar por mudanças reais na ilha, o partido prefere se alinhar com uma narrativa que coloca a culpa no “imperialismo” e ignora as verdadeiras causas do sofrimento cubano.
