Em uma operação que expõe graves irregularidades no sistema judiciário, a Polícia Federal apreendeu armamentos e mais de R$ 3 milhões em dinheiro em um desdobramento da Operação Última Ratio, realizada nesta quinta-feira (24/10), segundo Igor Gadelha, do Metrópoles. O alvo da investigação foram cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), incluindo o presidente da Corte, Sérgio Fernandes Martins.
Durante a operação, foram encontrados R$ 2,7 milhões na residência de um dos magistrados, além de uma quantidade significativa de armas em duas casas de desembargadores. A magnitude das apreensões indica a gravidade das acusações, que giram em torno de um esquema de venda de sentenças.
Os cinco desembargadores foram afastados de suas funções, conforme determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e a operação cumpriu 44 mandados de busca, envolvendo outros servidores públicos, nove advogados e empresários que supostamente se beneficiaram do esquema.
Os magistrados afastados agora terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessar órgãos públicos ou se comunicar com outras pessoas envolvidas na investigação. A medida reflete a seriedade da situação e a necessidade de garantir a integridade do processo investigativo.
Os desembargadores afastados incluem:
- Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS
- Vladimir Abreu da Silva
- Alexandre Aguiar Bastos
- Sideni Soncini Pimentel
- Marco José de Brito Rodrigues
As buscas foram realizadas em várias cidades, incluindo Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT), mostrando a abrangência da operação e o envolvimento de várias jurisdições.
A operação não apenas destaca questões de corrupção dentro do judiciário, mas também levanta preocupações sobre a confiança do público nas instituições legais. A venda de sentenças e o envolvimento de figuras de alta posição no sistema judiciário são um golpe duro na credibilidade do tribunal.
O desdobramento desse caso será crucial para a restauração da confiança no sistema judiciário do Brasil. A sociedade aguarda respostas e medidas rigorosas para evitar que tais abusos se repitam no futuro.