O que antes representava um símbolo de fé e comunhão para muitos cristãos canadenses tornou-se, nos últimos anos, um cenário de ruínas e desolação. Desde 2021, mais de 90 igrejas no país foram alvo de ataques incendiários, predominantemente católicas, em uma onda de violência que parece ganhar força.
Esses atos são, em grande parte, vinculados às descobertas de supostas sepulturas de crianças indígenas em terrenos de antigas escolas residenciais administradas por instituições religiosas. Embora uma investigação divulgada pelo Daily Mail tenha levantado dúvidas sobre a veracidade dessas descobertas, a violência persiste. Mensagens como “onde estão as crianças” pichadas nas igrejas atacadas indicam uma possível “vingança” pelas supostas “covas coletivas” encontradas em 2021.
De acordo com o site canadense True North, 96 igrejas foram alvos de ataques desde 2021, incluindo 44 incêndios criminosos e 52 casos de vandalismo. Cerca de 33 igrejas sofreram grandes incêndios que resultaram na destruição total de suas estruturas, levantando preocupações sobre a eficácia das investigações, já que apenas nove pessoas foram presas até o momento.
Apesar das manifestações de líderes indígenas condenando os ataques, alguns expressam compreensão ou indiferença, considerando-os como uma resposta à opressão e colonização. A reação do governo canadense aos ataques é criticada como “tímida e insuficiente”, deixando muitos cristãos se sentindo abandonados e perseguidos.
O líder da oposição conservadora denunciou os ataques como atos criminosos, afirmando que não há justificativa para incendiar uma igreja. A falta de ações mais assertivas do primeiro-ministro Trudeau é questionada, aumentando a sensação de divisão no país.
Diante das cinzas de seus locais sagrados, a fé dos cristãos canadenses é posta à prova. Alguns buscam reconstruir, enquanto outros temem novos ataques e optam por não reerguer os templos.