A fuga de dólares do Brasil, especialmente em 2024, é um reflexo direto da desconfiança dos investidores em relação à condução fiscal do governo. Apesar de uma melhoria na classificação de risco pela Moody’s, o que inicialmente trouxe um alívio para o mercado, a realidade dos números e a falta de consistência fiscal têm alimentado a saída de capitais. A dívida crescente e a inflação próxima do teto da meta imposta pelo Conselho Monetário Nacional demonstram que a política fiscal do governo Lula, focada mais em aumentar a arrecadação do que em controlar gastos, está sendo mal vista pelo mercado.
O cenário é agravado pelo déficit primário que, segundo projeções, deve fechar 2024 em 0,8% do PIB, acima das expectativas. Além disso, a nova dinâmica de saída de dólares, alimentada pelo crescimento de criptoativos e pagamentos de serviços como apostas e streaming, adiciona mais pressão sobre a economia.
Essa fuga de dólares é uma resposta clara dos investidores à percepção de um Brasil com riscos elevados e sem um compromisso firme com a disciplina fiscal. O Banco Central, em contrapartida, responde com juros altos, mas isso não tem sido suficiente para conter a desvalorização do real ou reverter a saída de capital.