“Acreditamos que é momento de aproveitar essa janela com crescimento e inflação controlada para atacar problemas estruturais”, afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney, após reunião com Lula e banqueiros
O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado “Conselhão”, recriado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em maio do ano passado, terá uma “frente” dedicada a debater as “elevadas” taxas de juros praticadas no país. É o que afirmou, nesta quarta-feira (16), o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
Em entrevista coletiva após participar de uma reunião de Lula com banqueiros, no Palácio do Planalto, Sidney elogiou a iniciativa e afirmou que o “Conselhão” está pronto para participar mais ativamente dessas discussões.
Hoje, a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira está em 10,75% ao ano. Na semana passada, o economista Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), teve sua indicação à presidência do BC aprovada pelo Senado Federal. Ele assumirá o cargo em janeiro de 2025, no lugar de Roberto Campos Neto.
“Acreditamos que é momento de aproveitar essa janela com crescimento e inflação controlada para atacar problemas estruturais. Lula nos autorizou a formalizar uma frente no ‘Conselhão’ para debater as taxas de juro elevadas”, afirmou Sidney.
“Aos bancos, não interessam taxas de juros elevadas. Quanto maiores os juros, maiores os riscos de crédito. Queremos que economia possa ser estável, controlada, com taxa de juros baixa. Nosso desejo é que se possam ter juros mais baixos, spread bancário mais baixo, para que possamos democratizar o crédito. Mas as condições para o crédito precisam melhorar”, explicou o presidente da Febraban.
Bancos não fizeram pedidos
Na conversa com os jornalistas, Isaac Sidney disse que os bancos não fizeram pedidos específicos a Lula durante a reunião no Planalto. Segundo o presidente da Febraban, a conversa tratou da projeção de cenários econômicos para o país.
“Vamos continuar enviando ao governo nossas sugestões. Não houve pedido específico, a não ser que continuássemos o diálogo. Levamos a Lula uma visão da conjuntura econômica. Tratamos de vários assuntos, como crédito e bets”, detalhou Sidney.