Quase um ano após o grande apagão que afetou São Paulo em novembro de 2023, a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia na região, não cumpriu a promessa de aumentar significativamente sua equipe própria. A empresa havia se comprometido a contratar 1.200 novos empregados para melhorar a qualidade do serviço, o que representaria um crescimento de 31% no quadro de funcionários. No entanto, até agora, a Enel adicionou apenas 176 novos trabalhadores, o que corresponde a apenas 4,6% da meta estabelecida, é o que informa a CNN.
Em resposta à crise gerada pelas longas interrupções de energia causadas por uma forte tempestade, a Enel anunciou, em abril de 2024, um “plano estruturado de ações”. Entre os principais compromissos estava o reforço nas operações de campo para reduzir o tempo de atendimento aos clientes, com a contratação de técnicos próprios. No entanto, apesar das promessas, o número de empregados próprios da Enel São Paulo, atualmente com 4.039 funcionários, ainda está muito aquém do objetivo.
Embora as contratações de trabalhadores terceirizados tenham sido mais expressivas — com 1.069 novos profissionais contratados por prestadores de serviços no mesmo período —, o plano original não mencionava o aumento dessas equipes, focando apenas na expansão do quadro de funcionários diretos. Ao todo, a empresa conta hoje com 16.611 colaboradores, entre próprios e terceirizados, o que representa uma expansão de 8% em comparação com o período anterior ao apagão.
Mesmo com esse reforço parcial, o número total de colaboradores ainda é 30% menor do que em 2019, ano em que a Enel assumiu a antiga Eletropaulo. Para tentar melhorar a qualidade dos serviços, a empresa também anunciou investimentos de R$ 6,2 bilhões em sua área de concessão até 2026.
Em nota, a Enel São Paulo informou que “não houve medida adicional em termos de contratação de equipes no plano verão anunciado em abril”. A empresa mencionou ainda que está trabalhando com cerca de 1,6 mil técnicos em campo e que mobiliza equipes de outros estados, como Rio de Janeiro e Ceará, para complementar o contingente.
O descompasso entre o que foi prometido e o que foi efetivamente entregue em termos de contratações levanta questionamentos sobre a capacidade da Enel de lidar com os desafios climáticos crescentes e a necessidade de garantir um fornecimento de energia confiável para a população de São Paulo.