Na Alemanha, França e Romênia, as manifestações persistem, evidenciando a determinação do setor agrícola em não se render. Embora as reivindicações variem ligeiramente entre os países, agricultores e pastores europeus alegam ser alvos durante as reformas da “transição verde”, sendo os primeiros a perder subsídios em caso de déficit orçamentário.
Na Romênia, os agricultores, ao lado dos camionistas, organizam ações há mais de uma semana, exigindo impostos mais baixos e subsídios mais equitativos. As negociações iniciais com o governo falharam esta semana, com rejeição, entre outras medidas, aos aumentos no custo dos seguros de máquinas pesadas.
Na Alemanha, as ações dos agricultores ocorrem desde dezembro, quando o governo federal aprovou um orçamento que eliminava vários subsídios e benefícios agrícolas de longa data, poupando 480 milhões de euros. Posteriormente, Berlim decidiu suavizar os cortes nos benefícios, tornando-os graduais. Recentemente, agricultores em Berlim uniram-se a ecoativistas, expressando apoio à agricultura ecológica, mas enfatizando a necessidade de reformas, especialmente a fixação de preços justos. Os manifestantes entregaram suas demandas ao ministro da Agricultura, Cem Ozdemir.
Na França, os agricultores argumentam que as políticas de transição ecológica tornam os produtores nacionais pouco competitivos, resultando em explorações agrícolas pouco rentáveis e na necessidade de comprar alimentos no exterior, onde as normas ecológicas são menos rigorosas. Defendem que as ações do governo levam a resultados opostos aos pretendidos, resultando em produtos de qualidade inferior para os consumidores franceses. Os protestos recentes no sul do país forçaram o governo a abordar as preocupações dos agricultores, com o primeiro-ministro Gabriel Attal agendando uma reunião com o presidente do sindicato dos agricultores FNSEA, que prometeu decidir na próxima semana sobre a convocação de uma ação nacional.
No protesto, cartazes são exibidos com frases que chamam a atenção: “Sem Fazenda”, “Sem Comida”, “Sem Futuro”. Qual caminho a Alemanha escolherá?
