A Warren, fundada em 2017 em Porto Alegre, atingiu recentemente a marca de R$ 22 bilhões em ativos sob gestão. A empresa, liderada por Tito Gusmão, se destacou ao implementar um modelo de remuneração fee based e foco na alocação de ativos com base em objetivos, evitando o tradicional conflito de interesses do setor financeiro. A Warren atraiu importantes investidores globais, como o fundo soberano de Singapura (GIC) e Citi Ventures, posicionando-se como referência no segmento de gestão de patrimônio (wealth management).
Agora, a empresa amplia sua atuação e mira o crescente mercado de day trade com o lançamento da Elliot, uma plataforma dedicada a traders. A proposta pode parecer uma mudança de direção, considerando o foco original da Warren em investimentos de longo prazo, mas, segundo Gusmão, é uma resposta à demanda de clientes que buscam uma experiência mais ativa no mercado de ações. “A proposta da Warren é totalmente o oposto do que oferece a Elliot”, afirmou o CEO, deixando claro que os produtos são voltados para públicos distintos.
Elliot: Aposta no Mercado de Day Trade
A Elliot foi desenvolvida para atender um público que realiza operações diárias na bolsa e tem demanda por alavancagem e acesso ao mercado futuro. Embora a Warren já permitisse esse tipo de operação, a funcionalidade estava em segundo plano na plataforma, algo que está prestes a mudar. “Queremos nos posicionar para nos tornarmos, no médio prazo, o maior player desse mercado”, explicou Gusmão, com a meta de alcançar 20.000 traders no primeiro ano e 50.000 em dois anos.
O lançamento da Elliot está alinhado com o desejo da Warren de se consolidar como uma corretora “full”, oferecendo acesso a todos os produtos disponíveis no mercado. Estima-se que existam entre 250 mil e 300 mil traders operando ativos na bolsa brasileira e outros 450 mil a 600 mil dedicados a operações com derivativos e CFDs.
Diferenciação e foco no atendimento
Segundo Gusmão, o diferencial da Elliot está em oferecer um serviço mais personalizado e focado na continuidade da vida financeira dos clientes. Diferentemente de corretoras que adotam o modelo de “corretagem zero”, mas lucram com a zeragem de posições alavancadas, a Warren quer garantir um atendimento mais próximo. “Pensamos em uma assessoria como se fosse um personal trader”, explicou o CEO.
A plataforma também conta com funcionalidades como o Trader Shield, que avisa e trava a plataforma caso o usuário atinja o limite diário de perdas. Essa abordagem busca trazer uma maior segurança para os investidores e reforça o compromisso da Warren com a gestão de riscos.
Expansão e Cross-Sell entre plataformas
O investimento inicial na Elliot foi de R$ 5 milhões, com uma equipe dedicada de 30 profissionais. A expectativa é triplicar esse valor nos próximos 12 meses, à medida que a empresa amplie sua estratégia de marketing e o time de profissionais, que pode chegar a 50 pessoas. Outro foco da Warren é a criação de um cross-sell entre suas plataformas, atraindo traders que utilizam concorrentes para também investirem parte de seu patrimônio de longo prazo na Warren, com diversificação e planejamento.
O nome da plataforma, Elliot, foi inspirado no personagem da série Mr. Robot, um hacker que busca “salvar o mundo”. Segundo Gusmão, a escolha reflete a crença de que a relação com os investimentos deve ser pessoal. Já o nome da Warren é uma homenagem indireta ao bilionário Warren Buffett, um dos maiores símbolos do value investing, representando a filosofia de longo prazo que a empresa traz em seu DNA.
Com esse novo movimento, a Warren pretende continuar inovando e se posicionando como uma das principais fintechs brasileiras, atendendo tanto investidores tradicionais quanto aqueles que desejam operar de forma mais ativa no mercado.