Os Estados Unidos reagiram com veemência aos ataques do Irã a Israel, que ocorreram nesta terça-feira (1º). O Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que as ações terão “consequências severas”, embora não tenha especificado como será a resposta americana. A declaração foi dada em um contexto de alta tensão no Oriente Médio, após o lançamento de cerca de 200 projéteis iranianos contra Israel.
O governo americano destacou que a prioridade é proteger os interesses dos EUA e a estabilidade da região. Tanto o presidente Joe Biden quanto a vice-presidente Kamala Harris monitoraram a situação de perto na Sala de Crise da Casa Branca e já discutem os próximos passos com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Netanyahu, por sua vez, prometeu uma forte retaliação contra o Irã. Ele classificou o ataque como um “grande erro” que será pago com uma resposta militar israelense. Segundo ele, o regime iraniano “não compreende a nossa determinação em retaliar contra os nossos inimigos”.
Apesar da promessa de retaliação, tanto Israel quanto os EUA indicaram que o ataque foi contido, sem registro de mortes significativas. A Guarda Revolucionária do Irã, no entanto, afirmou que 90% de seus alvos foram atingidos, numa aparente tentativa de demonstrar força.
Horas após o ataque, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou que os golpes contra Israel se tornarão “mais fortes e dolorosos”, reforçando a escalada de retórica entre os dois países. Khamenei também afirmou que a “vitória vem de Alá” e que o regime sionista está “apodrecido”.
O grupo militante Hamas, aliado do Irã, elogiou os ataques e chamou a ação de “heroica”. Segundo eles, os lançamentos de foguetes foram uma resposta aos “crimes contínuos” de Israel contra os povos da região.
A Rússia, cada vez mais próxima do Irã, aproveitou o momento para criticar a administração Biden, responsabilizando os EUA pela crise no Oriente Médio. Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, afirmou que a política americana para a região “falhou completamente”.
A resposta internacional foi imediata, com a União Europeia, Alemanha e Reino Unido condenando os ataques. Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, alertou para o risco de um ciclo incontrolável de violência e pediu um cessar-fogo imediato. A Alemanha também alertou o Irã para o risco de levar a região “à beira do abismo”, enquanto o Reino Unido condenou as ações e pediu a desescalada do conflito.
Até o momento, o governo brasileiro não fez menção direta aos ataques iranianos, embora tenha expressado preocupação com as operações militares israelenses na região sul do Líbano.