A deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) tem se destacado na Câmara dos Deputados ao apresentar um projeto de lei que visa proibir a extinção do papel-moeda em favor do Drex, a nova representação virtual do real digital, idealizada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A proposta surge em um momento em que a discussão sobre a digitalização da moeda brasileira levanta preocupações sobre o controle estatal e a liberdade financeira dos cidadãos.
Defesa da autonomia financeira
O projeto de Zanatta estabelece que a circulação do papel-moeda não poderá ser substituída exclusivamente pelo Drex. Além disso, garante que a nova moeda digital não terá “curso forçado” sobre nenhum operador do Sistema Financeiro Nacional ou consumidor, assegurando a liberdade de escolha sobre os meios de pagamento. Essa medida é fundamental para preservar a autonomia dos brasileiros em suas transações financeiras.
A deputada argumenta que o Drex pode facilitar um monitoramento extensivo das transações financeiras dos cidadãos, criando um cenário de controle sem precedentes por parte do governo. Ela expressa preocupações sobre o que chama de “cancelamento financeiro”, onde opositores políticos poderiam ser prejudicados através do bloqueio de contas e limitação no acesso a recursos essenciais.
Acesso à tecnologia e inclusão financeira
Além do aspecto de controle estatal, a deputada também destaca o risco de exclusão financeira para aqueles que não têm acesso à tecnologia digital. Dados do Banco Central indicam que, até o final de 2022, cerca de 190 milhões de pessoas possuíam conta-corrente, o que representa 82% da população. Essa realidade evidencia que uma transição apressada para uma moeda digital poderia deixar um número significativo de cidadãos à margem do sistema financeiro.
Resistência a um regime totalitário
Zanatta, em sua justificativa, menciona a possível apropriação dos recursos financeiros pelo Estado, argumentando que a eliminação do papel-moeda transferiria o controle financeiro dos cidadãos para instituições governamentais e financeiras digitais, suprimindo a liberdade financeira individual. Ela adverte que “esse movimento é visto como uma tentativa de impor um regime totalitário digital rastreável”.
Em declarações ao Painel, a deputada ressalta que “a tecnologia pode permitir que o governo controle o que compramos, onde e quando, limitando o uso do dinheiro de acordo com suas diretrizes.” Essa visão crítica sobre o avanço da digitalização das transações financeiras reflete um anseio por uma maior liberdade e proteção dos direitos dos cidadãos em face do crescente controle estatal.
A iniciativa da deputada Júlia Zanatta se posiciona como uma defesa da liberdade financeira e da autonomia individual em tempos de crescente digitalização. Com sua proposta, ela busca garantir que a transição para o Drex não ocorra em detrimento dos direitos dos brasileiros, promovendo um debate necessário sobre o futuro da moeda e do controle estatal nas finanças pessoais.