Em um momento crítico em que o Brasil enfrenta graves incêndios florestais e uma crescente demanda por recursos para combatê-los, o Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, tomou uma decisão que vem gerando fortes críticas: destinar R$ 3 milhões para a contratação de uma empresa de eventos para realizar coquetéis e recepções em Brasília.
O valor milionário, que será utilizado para cobrir brunchs, almoços, jantares e coquetéis, é alvo de protestos, especialmente porque, ao mesmo tempo, o governo admite dificuldades financeiras para contratar brigadistas e equipar servidores no combate às queimadas que assolam biomas essenciais, como a Amazônia e o Pantanal. A necessidade urgente de combater os incêndios, que destroem vastas áreas de floresta e afetam a biodiversidade do país, parece ter sido preterida em favor de eventos luxuosos na capital federal.
O contrato de R$ 3 milhões inclui uma estrutura robusta para grandes eventos, que abrange desde motoristas e recepcionistas até cardápios requintados. Entre os itens listados estão canapés de mousse de gorgonzola, salmão e bacon com ameixa, mini-quiches de espinafre, pastéis de camarão e outros pratos finos. Essa lista de iguarias contrasta com as necessidades básicas de quem está na linha de frente combatendo incêndios florestais.
A contratação de brigadistas, essencial para prevenir e mitigar desastres ambientais, foi severamente reduzida nos últimos anos, o que torna o cenário atual ainda mais alarmante. Os incêndios, que já destruíram milhares de hectares de floresta, avançam sem uma resposta adequada, enquanto o governo opta por concentrar recursos em eventos que, para muitos, são vistos como secundários em relação à proteção ambiental.
Servidores do Ministério do Meio Ambiente e especialistas no setor ambiental têm expressado preocupação com a prioridade dada aos eventos. Eles apontam que a falta de brigadistas adequados e a deficiência de equipamentos têm agravado a situação dos incêndios no país. Além disso, há uma demanda crescente por reestruturação das carreiras e aumento de recursos destinados ao monitoramento e combate às queimadas, o que não parece ser uma prioridade na gestão atual.
Diante dessa situação, muitos questionam se o Ministério do Meio Ambiente está, de fato, priorizando suas responsabilidades. A imagem de um coquetel luxuoso com canapés requintados em Brasília, enquanto brigadistas carecem de recursos e equipamentos para apagar incêndios que devastam a fauna e flora do Brasil, pinta um quadro de falta de sensibilidade e prioridades mal ajustadas.
O contrato, apesar de ser realizado “por demanda”, ou seja, nem todo o valor pode ser efetivamente gasto, já causa indignação pelo simples fato de haver a previsão de tal montante em um momento de crise ambiental. As críticas à gestão de Marina Silva nesse aspecto crescem, e muitos esperam que o Ministério reveja suas prioridades e direcione os recursos para onde são realmente necessários: a proteção das florestas brasileiras e o combate às queimadas.