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quinta-feira, 26 setembro, 2024
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STF decidirá sobre extradição de Saifullah Al Mamun, apontado como “maior contrabandista de pessoas do mundo”

Por Alexandre Gomes

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá sobre a possível extradição de Saifullah Al Mamun, um cidadão de Bangladesh apontado pela Polícia Federal como o “maior contrabandista de pessoas do mundo”. Preso em 2019 no Brás, região central de São Paulo, Al Mamun é acusado de liderar uma rede internacional de tráfico de pessoas que enviava migrantes para os Estados Unidos. Ele foi condenado no Brasil a 22 anos de prisão por facilitação de imigração ilegal e lavagem de dinheiro.

Os Estados Unidos solicitam sua extradição para que ele responda a processos por crimes relacionados ao contrabando de imigrantes. As acusações americanas são baseadas em investigações que apontam o envolvimento de Al Mamun em uma rota clandestina que levava migrantes da Ásia para a fronteira dos EUA, utilizando advogados brasileiros para facilitar o pedido de refúgio. A Justiça americana destaca que ele pode enfrentar punições severas, incluindo prisão perpétua.

A defesa de Al Mamun nega as acusações de tráfico de pessoas e argumenta que ele apenas ajudava migrantes a entrar ilegalmente nos Estados Unidos, sem envolvimento em atividades violentas. Além disso, os advogados alegam que ele já cumpriu parte significativa de sua pena e pedem progressão para o regime aberto, justificando sua condição de saúde debilitada e deficiência física adquirida após ser baleado em 2011, em São Paulo.

Al Mamun e sua rede teriam movimentado cerca de R$ 10 milhões entre 2016 e 2019 para facilitar a migração ilegal de aproximadamente 200 pessoas. Os migrantes pagavam quantias elevadas e enfrentavam condições desumanas durante a travessia de diversos países da América Latina até os Estados Unidos, passando pela perigosa Selva de Darién, uma rota conhecida por ser controlada por cartéis do narcotráfico. Relatos de migrantes que sobreviveram à jornada sustentam as acusações.

Apesar de já haver decisão do STF em favor da extradição após o cumprimento da pena no Brasil, a defesa se opõe à transferência antecipada. Eles argumentam que ainda existem recursos pendentes e que Al Mamun poderia ser ouvido pela Justiça americana por meio de carta precatória, como já aconteceu em outros casos. O pedido de progressão para o regime aberto também está sendo avaliado, uma vez que o bengalês cumpre os requisitos legais, segundo seus advogados.

O caso expõe a complexidade do tráfico internacional de pessoas e levanta questões sobre o tratamento legal de migrantes e as responsabilidades das redes criminosas que lucram com o desespero alheio. A decisão do STF será crucial tanto para o futuro de Al Mamun quanto para as ações futuras de cooperação internacional no combate ao tráfico humano.

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