O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (19), acusando a gestão federal de “procrastinar” as ações de combate aos incêndios florestais que assolam diversas regiões do país. As declarações foram feitas após uma reunião com ministros e outros governadores para discutir o agravamento da situação.
Caiado destacou que o governo federal não estava preparado para enfrentar o problema das queimadas e tomou medidas apenas após o auge do período de estiagem. “O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente, foi procrastinando e, agora, vai chegar no final”, afirmou o governador.
Ações tardias
Segundo Caiado, o atraso nas ações de combate ao fogo prejudicou ainda mais o cenário, especialmente em Goiás, um dos estados mais afetados. Apenas recentemente o governo liberou R$ 13 milhões, 100 bombeiros e 30 brigadistas para o estado. No entanto, o governador considera que essas ações chegaram tarde demais.
Caiado também criticou o modelo de federalismo no Brasil, sugerindo que a centralização das decisões em Brasília é ineficiente para lidar com crises regionais. “Precisamos rediscutir o federalismo no Brasil. Brasília não sabe governar o país. Isso é uma ineficiência completa”, declarou. Ele reforçou que os governadores deveriam ter mais autonomia para montar estruturas próprias de combate aos incêndios.
Comparações e críticas ao Governo Federal
O governador aproveitou a ocasião para mencionar a ineficácia das ações federais em outros estados, como o Rio Grande do Sul, que também enfrentou problemas recentes de queimadas. Segundo ele, a mesma falta de capacidade observada lá se repetirá no combate aos incêndios florestais em outras regiões do país.
As críticas de Caiado refletem um sentimento crescente entre governadores e especialistas ambientais, que têm cobrado uma resposta mais ágil e eficiente do governo federal no enfrentamento dos incêndios florestais, que têm se intensificado em diversas partes do Brasil devido à combinação de estiagem prolongada e aumento da temperatura.
A resposta do governo federal ainda não foi dada, mas é esperada maior mobilização de recursos para conter os incêndios, especialmente à medida que se aproxima a temporada chuvosa, o que pode ajudar a controlar a situação.