A França está à beira de formar um novo governo, mais de dois meses após uma eleição empatada, com o gabinete do novo primeiro-ministro, Michel Barnier, preparando uma lista de ministros a ser apresentada ao presidente Emmanuel Macron ainda nesta quinta-feira.
Macron nomeou Barnier, ex-negociador do Brexit da União Europeia, como primeiro-ministro há duas semanas. Desde então, Barnier tem enfrentado desafios para formar um governo devido à complexa configuração política da França, que resultou de uma decisão controversa de Macron de convocar eleições legislativas antecipadas.
A votação de julho deixou o parlamento dividido e instável, dificultando a formação de um governo coeso e mantendo o país sob a administração de um governo interino. Agora, a responsabilidade de aprovar o novo gabinete recai sobre Macron.
As prioridades do novo governo, conforme anunciado pelo gabinete de Barnier, incluirão melhorar o poder de compra da população, garantir segurança, controlar a imigração e administrar as finanças públicas de maneira mais eficaz.
Barnier e Macron devem se encontrar às 19h15 (17h15 GMT) para discutir o novo gabinete, conforme reportado pelo Le Monde e outras fontes, embora ainda não esteja claro se o anúncio oficial será feito à noite.
De acordo com a BFM TV, citando comentários do ex-primeiro-ministro Gabriel Attal após uma reunião com Barnier, o governo será composto por 16 ministros e 22 ministros juniores, provenientes de partidos centristas e conservadores. No entanto, nem Attal nem Barnier confirmaram essas informações.
Formar um governo com a lista de ministros certos tem sido um desafio, principalmente porque o próximo governo enfrentará a necessidade de realizar cortes de gastos ou aumentar impostos para resolver a crise fiscal do país. Barnier precisará navegar cuidadosamente para evitar antagonizar os partidos de oposição, que poderiam unir forças para derrubar seu governo com uma moção de desconfiança.
“Barnier terá que aprender a lidar com um parlamento repleto de diversas sensibilidades e interesses para conseguir formar uma maioria”, observou a EuroIntelligence em uma nota.