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quinta-feira, 19 setembro, 2024
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ONU denuncia intensificação brutal da repressão na Venezuela após eleição contestada

Por Alexandre Gomes

O governo do presidente Nicolás Maduro intensificou suas ações repressivas para sufocar protestos pacíficos e garantir sua permanência no poder após a polêmica eleição de julho na Venezuela, de acordo com um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira.

Embora as autoridades eleitorais tenham declarado Maduro vencedor, não divulgaram todas as contagens, enquanto a oposição afirmou que seu candidato, Edmundo Gonzalez, venceu com uma grande margem, comprovada pelas contagens. Durante os protestos, mais de 24 pessoas foram mortas e 2.400 foram presas.

A missão de investigação da ONU, que entrevistou centenas de pessoas remotamente devido à falta de acesso à Venezuela, apontou que as autoridades buscam desmantelar a oposição, impedir o acesso a informações independentes e reprimir manifestações.

“A repressão é sistemática, coordenada e deliberada, com o governo agindo para silenciar qualquer dissidência”, afirmou Marta Valinas, chefe da missão, em Genebra.

Segundo a investigação, o governo de Maduro instrumentalizou o aparato estatal, especialmente o sistema judiciário, para eliminar qualquer oposição e manter-se no poder a qualquer custo. A maioria das mortes durante os protestos foi causada por tiros, e as prisões, realizadas sob a temida operação “knock knock”, frequentemente atingiram cidadãos em áreas pobres.

O governo Maduro responsabilizou “extremistas” de direita e estrangeiros pelos protestos, que vêm sendo duramente reprimidos desde o início de sua administração.

O relatório da ONU também destacou que a repressão foi orquestrada de cima para baixo e marcou um ponto crítico na degradação do Estado de Direito no país, com o poder executivo controlando as principais autoridades públicas. Desde 2019, as denúncias de desaparecimentos forçados e tortura aumentaram significativamente.

Edmundo Gonzalez, candidato da oposição, fugiu para a Espanha e pediu asilo após um mandado de prisão ter sido emitido contra ele na Venezuela. Embora as investigações da ONU não tenham poder legal vinculante, os abusos documentados podem ser usados em tribunais internacionais.

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