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domingo, 22 setembro, 2024
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Lula e a contradição ambiental: Promessas globais e ações insuficientes

Por Marina B.

Empenhado em sua ideologia estatólatra, o governo de Lula da Silva tem demonstrado um desejo constante de ampliar a presença do Estado em diversas áreas, desde a governança da Petrobras até os projetos da ex-estatal Vale. Não é surpreendente que o PT manifeste admiração pelo modelo chinês de capitalismo estatal, e tampouco que o governo tenha reduzido o Ministério da Fazenda a um simples “Ministério da Arrecadação”, visto que é assim que se pretende sustentar o grande e insaciável Estado que Lula e o PT idealizam. No entanto, quando a presença estatal se torna realmente necessária, o governo lulopetista revela-se notavelmente ausente.

Um exemplo claro é a questão ambiental, que é não apenas uma pauta globalmente reconhecida e urgente, mas também um potencial ativo estratégico para o Brasil.

Lula, um político astuto, investiu pesadamente em marketing. Ele elevou a presença indígena com um cocar, reconciliou-se com a popstar Marina Silva, concedeu-lhe um ministério e se promoveu como um herói ambiental em eventos cuidadosamente coreografados. Para destacar seu compromisso, Lula também garantiu que a COP-30 fosse sediada no Brasil.

No entanto, a menos de um ano da COP e quase na metade de seu mandato, os esforços do governo têm sido descritos como “dispersos”, “pouco intensos” e “lentos”. Essas foram as palavras diplomáticas do empresário Pedro Wongtschowski, uma das figuras mais respeitadas na causa ambiental no Brasil, que expressou ao jornal a realidade de que o governo está fazendo muito pouco e bem menos do que o esperado.

Enquanto a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado enfrentam incêndios, Marina Silva, que saiu do PT mas manteve práticas lulopetistas, atribui as falhas a fatores externos como El Niño e La Niña, ou a outros responsáveis como o Congresso e o crime organizado. O sucateamento dos órgãos de fiscalização promovido por Bolsonaro foi desastroso, mas a greve que paralisou o Ibama por seis meses durante o governo Lula também teve impacto negativo. O alto número de mortes de yanomamis neste governo superou o recorde do governo Bolsonaro, e o termo “genocídio”, usado por petistas anteriormente, foi abandonado.

Embora Lula critique duramente os países “ricos”, ele não hesita em subsidiar a produção de automóveis e sobretaxar veículos elétricos. Em questões ambientais urgentes, como o Marco do Saneamento, a situação só avançaria se o Congresso não interviesse.

No governo, Marina Silva é comparada a um “vaso chinês” – valioso, mas meramente decorativo. Embora repleta de boas intenções, suas propostas são frequentemente irrealistas ou irresponsáveis. Marina é resistente a soluções sustentáveis, como a exploração do petróleo da Margem Equatorial, e apesar de pedir mais recursos para enfrentar extremos climáticos, não apresentou soluções concretas ao Congresso e flerta com maquiagens fiscais.

O problema, como destacou o empresário, não é a falta de recursos, mas a ausência de projetos viáveis para utilizá-los.

Enquanto Lula continua a promover sua narrativa ambiental no cenário internacional, as florestas brasileiras continuam a se transformar em fumaça, e o Brasil perde uma oportunidade de liderar em uma área crucial para o mundo.

*As informações são do Estadão – Opinião.

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