Um grupo de deputados federais bolsonaristas está mobilizando esforços para que a Comissão de Relações Exteriores (Creden) da Câmara faça um pedido formal ao Itamaraty para solicitar a prisão do ditador venezuelano Nicolás Maduro.
Na semana passada, os parlamentares protocolaram um requerimento com essa finalidade. O documento solicita que a Creden peça ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através do Itamaraty, que formalize um pedido de prisão de Maduro ao Tribunal Penal Internacional.
“No requerimento, solicitamos que o presidente da República encaminhe ao Procurador do Tribunal Penal Internacional um pedido de emissão de mandado de prisão contra Nicolás Maduro por crimes contra a humanidade”, afirmam os deputados.
O pedido foi protocolado pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), que se autodenomina príncipe, e conta com o apoio das seguintes assinaturas:
- Daniela Reinehr (PL-SC)
- Marcos Pollon (PL-MS)
- Marcel van Hattem (Novo-RS)
- Zucco (PL-RS)
- General Girão (PL-RN)
- Rodrigo Valadares (União-SE)
- Mario Frias (PL-SP)
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
- Pastor Gil (PL-MA)
- Sargento Fahur (PSD-PR)
- Ricardo Salles (Novo-SP)
Crise na Venezuela
Na segunda-feira (2/9), um tribunal venezuelano acatou o pedido da Procuradoria-Geral da Venezuela e ordenou a prisão de Edmundo González, que concorreu contra Maduro nas eleições presidenciais de julho.
Essa decisão acirrou ainda mais a crise política resultante das eleições, nas quais Maduro foi declarado vencedor pela justiça eleitoral venezuelana, controlada por seus aliados, sem a apresentação das atas eleitorais.
Após o pedido de prisão, Brasil e Colômbia emitiram uma nota conjunta criticando a decisão. “Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia 2 de setembro”, diz a nota.
No fim de semana, González solicitou asilo político na Espanha e já chegou ao país. Além disso, Maduro retirou a autorização para que o Brasil continue protegendo os interesses da Argentina em Caracas, incluindo a embaixada.