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quinta-feira, 19 setembro, 2024
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Crise na Venezuela: Lula endurece críticas a Maduro e divide opiniões no Governo

Por Marina B.

O governo Lula demonstrou grande preocupação com a ordem de prisão emitida pela Justiça da Venezuela nesta segunda-feira, 2, contra o diplomata Edmundo González, candidato que desafiou o ditador Nicolás Maduro nas eleições de julho. Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou que a Venezuela está se afastando cada vez mais da comunidade internacional.

Segundo o Itamaraty, Caracas tem enviado sinais claros de que não deseja negociar. Embora Lula ainda não se refira a Maduro como ditador, seus interlocutores indicam que ele já percebe uma crescente escalada autoritária no país.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reunirá com Lula nesta terça-feira, 3, para discutir a ampliação da crise na Venezuela.

Há três dias, Lula endureceu suas críticas a Maduro, afirmando que ele deveria enfrentar as consequências de seus atos. O presidente também declarou que não reconheceria a vitória de Maduro, nem a de González, enquanto os boletins de urna não fossem divulgados. No último dia 22, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a publicação das atas de votação.

“Estamos exigindo provas sobre o resultado das eleições. Maduro pode não gostar, mas é importante convocar novas eleições”, afirmou Lula na sexta-feira, 30, em entrevista à rádio MaisPB. “Maduro deve arcar com as consequências de seus atos, assim como eu com os meus. Tenho a consciência política de que fiz o possível para ajudar”, acrescentou.

Nos bastidores, existem divergências no governo sobre a abordagem a ser adotada em relação a Maduro. Enquanto alguns auxiliares de Lula no Palácio do Planalto defendem uma postura que mantenha “pontes” abertas para o diálogo com Caracas, o Itamaraty vê pouco espaço para novas concessões diante do fortalecimento da ditadura na Venezuela.

Desde a eleição de 28 de julho, Brasil, Colômbia e México tentam, sem sucesso, intermediar um diálogo entre a oposição e o chavismo. A abordagem dos três governos de esquerda da região difere da postura de outros países de esquerda, como o Chile, que é mais assertivo nas críticas a Maduro, e de nações de centro e direita, como Argentina, Uruguai e Peru, que romperam com Maduro após denúncias de fraude e reconheceram a vitória de González.

Nas últimas semanas, Lula defendeu a realização de novas eleições na Venezuela, o que gerou descontentamento tanto entre chavistas quanto na oposição. Ele também aguardou a divulgação das atas eleitorais pela Justiça eleitoral chavista, o que não ocorreu.

Apesar da crescente distância em relação a Maduro, no início de seu mandato, Lula havia reabilitado o líder venezuelano, recebendo-o com honras de chefe de Estado em uma reunião no Planalto no ano passado.

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