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quinta-feira, 14 novembro, 2024
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Moraes alega perseguição a agentes da PF e risco de interferência eleitoral pelo X

Por Marina B.

Neste domingo, 2, o perfil @AlexandreFiles, criado por Elon Musk, publicou nos Estados Unidos a decisão completa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que ordenou o bloqueio de todas as contas bancárias, veículos, embarcações e aeronaves da empresa X no Brasil. Desde a ordem de 18 de agosto, o conflito intensificou-se, culminando na suspensão da plataforma no Brasil na sexta-feira (30/08), o que deixou mais de 20 milhões de usuários sem acesso à rede social.

Elon Musk anunciou que usará o perfil “Alexandre Files” para divulgar informações sobre cargos do ministro que ele considera ilegais. “Fomos solicitados a compartilhar essas ordens devido à falta de transparência do tribunal e ao fato de que aqueles que estão sendo censurados não têm recurso. Nossos próprios recursos foram ignorados”, escreveu Musk.

No novo documento compartilhado, Moraes justificou o bloqueio das contas bancárias e patrimoniais do X com base em uma campanha de Allan dos Santos, exilado nos Estados Unidos, apoiado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) e outros aliados. De acordo com o inquérito, a campanha visava “expor à execração midiática os delegados e demais policiais federais envolvidos nos casos sob a relatoria do ministro”.

Ao divulgar o despacho do ministro, Musk criticou a situação, afirmando que “apontar que Moraes e o chefe da polícia brasileira estão envolvidos na proteção dos direitos humanos agora é crime no Brasil”. O delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor, envolvido nos inquéritos sobre presentes para Bolsonaro, milícias digitais e fake news, é o alvo das críticas de Musk.

O projeto “Exposto”, liderado por Allan dos Santos, visava investigar agentes da Polícia Federal supostamente envolvidos em ações ilegais ordenadas pelo ministro. Em julho, o senador Marcos do Val aderiu à campanha e publicou uma foto do delegado Shor com a legenda “Procura-se” no perfil de Mariana Volf Eustáquio. Mariana, filha do jornalista Oswaldo Eustáquio, exilada na Espanha, acusou o delegado de abusos.

Mariana também compartilhou fotos do delegado e relatou um incidente em que seu irmão foi humilhado durante uma batida policial comandada por Shor. Marcos do Val criticou severamente o delegado e prometeu denunciá-lo à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Moraes mencionou um macaco de pelúcia azul pendurado no carro do delegado como um ato de intimidação, ressaltando que a campanha ultrapassou o ambiente cibernético e chegou ao físico. O bloqueio dos perfis relacionados foi acompanhado de uma multa diária de R$ 200 mil por perfil não bloqueado.

Moraes também acusou Elon Musk de confundir “censura constitucional ao discurso de ódio e de incitação a atos antidemocráticos” e citou uma investigação contra a plataforma X na Europa por falhas em impedir a disseminação de discursos de ódio e desinformação.

O ministro advertiu que a tentativa do X de sair da jurisdição brasileira poderia comprometer a integridade das eleições legislativas de outubro, potencializando a divulgação de mensagens ilícitas e desinformação.

As informações são da Gazeta do Povo.

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