Dólar Hoje Euro Hoje
sexta-feira, 15 novembro, 2024
Início » Juristas criticam decisão de Moraes: Bloqueio do X no Brasil e imposição de multas são considerados abusivos

Juristas criticam decisão de Moraes: Bloqueio do X no Brasil e imposição de multas são considerados abusivos

Por Marina B.

Juristas ouvidos pela Gazeta do Povo destacam diversas falhas e irregularidades na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio da rede social X no Brasil. A decisão, que impõe multas de R$ 50 mil a mais de 20 milhões de usuários que não estão envolvidos diretamente no processo, é vista como uma extrapolação dos limites legais e uma nova forma de ato jurídico que remete a práticas de censura do regime militar.

O advogado Adriano Soares da Costa critica a decisão como uma medida monocrática que se assemelha a uma Medida Provisória, substituindo o Congresso Nacional e o colegiado do STF, sem devido processo ou rito formal. Segundo ele, a decisão tem efeitos gerais e abstratos, atingindo pessoas que não são investigadas e configurando uma “aberração jurídica sem precedentes”.

Coelho, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Digital, aponta que a decisão de Moraes levanta questões significativas do ponto de vista técnico e jurídico. O Marco Civil da Internet exige que o bloqueio de contas de redes sociais seja baseado em ordem judicial específica e respeite o devido processo legal, o que não ocorreu neste caso.

Soares da Costa também critica o fato de que as ordens de bloqueio foram emitidas sem ampla defesa ou contraditório, por meio de despachos sigilosos. A suspensão de perfis, segundo ele, deveria observar a Constituição e o Marco Civil, garantindo os direitos de defesa.

Além disso, a decisão de Moraes de impor multas para quem usar VPN para acessar o X é considerada como uma ameaça sem base legal. O jurista André Marsiglia argumenta que a punição não pode atingir terceiros sem que haja um processo formal, e questiona a viabilidade de monitorar 22 milhões de usuários da rede.

Em resposta, o X e a Starlink contestaram as decisões e anunciaram que não cumpririam as ordens, levando Moraes a exigir a indicação de um representante legal no Brasil e a suspender a oferta de VPN no país.

O ato de Moraes é comparado a um instrumento de censura do regime militar, com uma profundidade e extensão inéditas na história judicial brasileira, segundo Soares da Costa.

As informações são da Gazeta do Povo.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.