As contas públicas registraram um déficit primário de R$ 21,3 bilhões em julho, conforme divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira, 30. No acumulado de 12 meses, o setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e estatais, apresentou um déficit de R$ 257,7 bilhões, correspondente a 2,29% do PIB, uma redução de 0,15 ponto percentual em relação ao déficit acumulado até junho. A meta do governo é zerar o déficit neste ano e no próximo.
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que abrange as contas do governo federal, INSS, estados e municípios, alcançou 78,5% do PIB em julho, totalizando R$ 8,8 trilhões. Esse aumento de 0,7 ponto percentual em um mês deve-se principalmente aos juros elevados, que aceleram o crescimento da dívida em ritmo superior ao da economia.
Em 2024, a dívida bruta subiu 4,1 pontos percentuais do PIB, impulsionada pelos juros e pela necessidade de emissão de dívida para cobrir o déficit nas contas públicas.
“O aumento de 4,1 pp do PIB no ano resulta principalmente da incorporação de juros nominais (+4,4 pp), da emissão líquida de dívida (+1,4 pp), da desvalorização cambial (+0,7 pp) e do crescimento do PIB nominal (-2,6 pp)”, informou o BC em nota. Quanto maior a dívida, maior a parcela do orçamento destinada ao pagamento de juros, reduzindo os recursos disponíveis para outras áreas.
O Banco Central também divulgou os dados da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), que é a Dívida Bruta subtraída dos ativos financeiros do governo, como reservas internacionais, depósitos bancários e créditos a receber. Em julho, a dívida líquida correspondia a 61,9% do PIB, somando R$ 7 trilhões, quase dois terços da riqueza gerada pelo país.
“O resultado reflete os impactos da variação do PIB nominal (-0,4 pp), da desvalorização cambial de 1,9% no mês (-0,2 pp), dos ajustes da dívida externa líquida (-0,2 pp), do ajuste de privatização (-0,3 pp), dos juros nominais apropriados (+0,7 pp) e do déficit primário (+0,2 pp)”, informou o BC.
No acumulado do ano, a DLSP cresceu 1 ponto percentual desde o início de 2024, como resultado dos juros elevados e do déficit nas contas públicas, o que levou a um maior endividamento.