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terça-feira, 1 outubro, 2024
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Brasil decepciona em Davos: Empresas globais ignoram o ‘tímido’ crescimento brasileiro

Por Marina B.

A presença do Brasil em Davos não gera grande entusiasmo entre as empresas globais, que ainda não vislumbram uma trajetória de longo prazo e crescimento mais rápido no país. O bom desempenho recente do PIB não eliminou o ceticismo, segundo Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.

A transição energética, tema central para a delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial, agrada os investidores, mas é uma questão emergente. Mesquita destaca que, ao contrário do México, o Brasil ainda não tem uma estratégia clara de “nearshoring” (cadeia de fornecedores), que poderia atrair investimentos e impulsionar o crescimento.

Outro ponto de atenção é a maior participação do Estado em atividades produtivas, algo que não entusiasma o empresariado presente em Davos. O programa de privatização não está na agenda do governo atual, que criticou a gestão anterior e suspendeu programas de desinvestimentos em curso.

A análise em Davos sugere que a mudança na política, visando uma participação maior do Estado, indica menos interesse em um papel predominante do setor privado. Empresas globais presentes no Brasil, em sua maioria, não têm participação estatal, e a proximidade entre Estado e mundo corporativo não é natural para elas.

Os conflitos geopolíticos também desviaram a atenção do Brasil, já que o país não está em crescimento expressivo nem em crise. Em contraste com o ano passado, quando a eleição de Lula atraiu os holofotes, o país não foi o foco principal em Davos este ano. A reforma tributária é vista como positiva pelas multinacionais, mas a delegação brasileira falhou em trazer essa agenda para Davos e explicar seus benefícios.

Mesmo com a neutralidade relativa em relação ao Brasil este ano, não significa que o país será ignorado pelos investidores. A implementação da reforma tributária e as discussões sobre o ajuste fiscal são acompanhadas, mas ainda não são consideradas crises. Investidores preveem uma economia mundial mais fraca em 2024, e o crescimento do Brasil deve ser de 1,8%, segundo projeções do Itaú Unibanco. A safra agrícola não terá o mesmo impacto positivo do ano anterior, e a política monetária pode receber estímulos para impulsionar a economia.

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