Aos 20 anos, Ana Cristina se destaca como uma das principais jogadoras da seleção feminina de vôlei, com duas medalhas olímpicas no currículo: prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris 2024. Desde cedo, sua habilidade nas quadras chamou a atenção e gerou grande expectativa entre os torcedores brasileiros. No entanto, há dois anos, ela enfrentou um momento desafiador, que culminou em seu pedido de dispensa do Campeonato Mundial. A decisão gerou polêmica na época, e Ana revisitou o assunto em uma entrevista ao canal “Ataque e Defesa” no sábado (24). Ela fez declarações contundentes sobre as dificuldades mentais que enfrentou durante aquele período.
Ana Cristina em Ação nas Olimpíadas de Paris
– A pressão, que já vinha das expectativas externas, também se tornou interna. Eu estava lidando com muitos conflitos internos. Embora tivesse algumas oportunidades na seleção, não estava jogando bem. Na Turquia, dava 100% todos os dias, e cheguei a um ponto de esgotamento. Foi isso que aconteceu – relatou a atleta, antes de acrescentar:
– O momento decisivo foi durante uma etapa da VNL (Liga das Nações) na Bulgária. Eu estava na arquibancada, olhava para a quadra e não conseguia me imaginar jogando. Fiquei emocionada. Eu tinha 17, 18 anos na época e me perguntava: ‘Como posso continuar jogando se não quero mais jogar?’
Desconectada do Vôlei, Algo Que Sempre Amou, Ana Cristina Decidiu Se Priorizar
Ana Cristina explicou que a decisão de pedir dispensa da seleção brasileira foi motivada pela necessidade de colocar a si mesma em primeiro lugar. “A ponto de explodir”, a jogadora buscou acompanhamento psicológico e fez uso de medicamentos para tratar um quadro depressivo.
Ela ressaltou que o tempo dedicado ao autocuidado foi crucial para retomar sua carreira com tranquilidade. Retornou ao Fenerbahçe, clube que defende na Turquia, e em 2023 voltou a jogar pela seleção brasileira.
– Pude me reconectar comigo mesma e fui para meu clube com uma nova perspectiva. Voltei a sentir prazer no que fazia. Foi um momento especial de reconexão com o vôlei. Retornei para a seleção muito mais madura, feliz e com a certeza de que poderia contribuir para o time – contou.
Ana Cristina Enfrenta o Bloqueio Turco nas Olimpíadas de Paris
Desde o ano passado, Ana Cristina tem se consolidado como uma peça-chave para o técnico José Roberto Guimarães na seleção. Foi titular nas campanhas da Liga das Nações e das Olimpíadas de 2024, terminando como a quinta maior pontuadora dos Jogos de Paris, com 97 pontos, e a segunda melhor sacadora, com seis aces.