Na noite deste sábado, 24, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia, divulgaram uma nota conjunta reiterando a exigência de transparência no resultado das eleições presidenciais da Venezuela e reafirmando sua recusa em reconhecer Nicolás Maduro como reeleito. O comunicado também faz um apelo para que se evitem atos de violência e repressão.
A nota resulta de conversas telefônicas entre os dois líderes realizadas na sexta e no sábado, após o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, controlado por chavistas, confirmar a vitória de Maduro nas eleições de julho. Ambos os países aguardam a divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela e se opõem à aplicação contínua de sanções unilaterais.
No comunicado, os presidentes mencionam que tomam nota da decisão do TSJ, mas indicam que a publicação dos dados eleitorais ainda não é suficiente para que reconheçam Maduro como eleito. Embora Lula e Petro não tenham adotado um tom mais severo em relação ao Tribunal, como fizeram outros países na sexta-feira, eles optaram por uma abordagem mais diplomática.
Como relatado pelo Estadão, Lula decidiu não assinar um comunicado conjunto dos Estados Unidos e de outros dez países latino-americanos que rejeitavam a reeleição de Maduro e questionavam a imparcialidade do tribunal. Em vez disso, optou por discutir a situação com Petro para formular uma posição comum.
A nota conjunta declara: “Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Reiteram que continuam a aguardar a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas por seção de votação. E lembram os compromissos assumidos pelo governo e pela oposição mediante a assinatura dos Acordos de Barbados, cujo espírito de transparência deve ser respeitado.”
Os Acordos de Barbados, assinados em outubro de 2023, estabeleceram critérios para as eleições de julho de 2024.
Adicionalmente, Brasil e Colômbia expressaram oposição às sanções econômicas impostas à Venezuela, afirmando que essas medidas são contrárias ao direito internacional e prejudicam especialmente as camadas mais vulneráveis da população. Os governos de Lula e Petro têm procurado estabelecer canais de negociação com o regime chavista.