O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu “total transparência” na divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, destacando que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao chavismo, ainda não publicou as atas dos colégios eleitorais.
Em um comunicado recente, Guterres apenas “tomou nota” da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que validou a vitória do presidente Nicolás Maduro. A decisão foi amplamente contestada pela oposição e pela comunidade internacional.
Guterres também se comprometeu a garantir “proteção absoluta e respeito pelos direitos humanos” na Venezuela, expressando sua “preocupação” com os relatos de abusos, incluindo detenções arbitrárias de menores, jornalistas, defensores dos direitos humanos e ativistas opositores.
O secretário-geral ressaltou a importância dos direitos à liberdade de opinião, expressão e reunião, e a ONU enviou um painel de peritos eleitorais à Venezuela. O grupo, convidado pelo regime de Caracas, foi muito crítico em relação ao processo eleitoral. Seu relatório preliminar concluiu que as eleições careciam de “medidas básicas de transparência e integridade essenciais para eleições críveis”.
Em resposta, o regime de Maduro desqualificou os peritos da ONU como “falsos especialistas eleitorais” e os acusou de disseminar “mentiras”. A oposição, por outro lado, destacou que o relatório apoia a tese de que o candidato opositor Edmundo González Urrutia venceu. As autoridades venezuelanas também desacreditaram o relatório do painel da ONU e as denúncias do Carter Center, apesar de ambos terem sido convidados pelo próprio CNE para observar as eleições.