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domingo, 22 setembro, 2024
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A sombra de Pinochet: Comparações entre a repressão de Maduro e a ditadura chilena

Por Marina B.

A jornalista venezuelana Ana Carolina Guaita Barreto, repórter do site La Patilla, está detida há mais de uma semana na região de La Guaira, estado de Vargas, próximo a Caracas. Seu paradeiro foi revelado ontem pelo jornalista Vladimir Villegas, ex-embaixador da Venezuela no Brasil, que informou nas redes sociais que Ana Carolina está na sede da Direção de Segurança do governo de La Guaira. De acordo com Villegas, Andrés Gonçalvez, chefe da direção, teria informado aos pais de Ana Carolina, Xiomara Barreto e Carlos Guaita — ambos dirigentes políticos da oposição e colaboradores da campanha do candidato presidencial Edmundo González Urrutia — que sua filha seria liberada se eles se entregassem.

Xiomara e Carlos deixaram a Venezuela após as eleições presidenciais de 28 de julho, fugindo de uma intensa onda de repressão contra opositores do governo de Nicolás Maduro. Esta repressão abrange dirigentes políticos, colaboradores de campanhas opositoras, militantes de partidos de oposição, membros da oposição e jornalistas que cobrem atividades opositoras.

Para Maduro e seus aliados civis e militares, qualquer pessoa ligada à oposição é considerada uma ameaça potencial, e a acusação predominante é sempre de terrorismo. Segundo a ONG Foro Penal, entre 28 de julho e 18 de agosto, cerca de 1.503 pessoas foram presas e acusadas de terrorismo, incluindo Ana Carolina.

A situação de direitos humanos na Venezuela é crítica. Enquanto Brasil e Colômbia tentavam encontrar uma solução política para a crise desencadeada pela eleição — esforço que está agora suspenso, conforme fontes oficiais —, Maduro intensificou uma repressão comparável às ditaduras das décadas de 1960, 1970 e 1980 na América Latina. Marino Alvarado, diretor do Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), comparou a repressão do governo Maduro à ditadura de Augusto Pinochet no Chile (1973-1990).

Em entrevista ao programa de rádio de Villegas, Alvarado criticou o uso excessivo da Lei Antiterrorista, ressaltando que todos os detidos são acusados de terrorismo. Alvarado relatou o caso de Ana Carolina como um exemplo do modus operandi do “desaparecimento forçado” praticado na Venezuela, onde os detidos podem permanecer desaparecidos por períodos prolongados.

Atualmente, a situação na Venezuela é extremamente precária. O Aeroporto Internacional de Maiquetía tornou-se um “lugar tóxico”, temido por qualquer venezuelano que não possua credenciais chavistas, devido ao risco de detenção. Além disso, milhares de passaportes foram cancelados arbitrariamente, forçando muitos a buscar saídas clandestinas do país.

Durante minha cobertura da eleição em Caracas, conheci um ex-ministro do governo de Salvador Allende, o presidente chileno que Maduro frequentemente elogia. A Venezuela atual parece cada vez mais semelhante ao Chile sob o regime de Pinochet, resultado do golpe que derrubou Allende em 11 de setembro de 1973.

*Com informações, O Globo.

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