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domingo, 22 setembro, 2024
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Venezuela: Mais de cem funcionários da PDVSA demitidos por opiniões políticas após eleição contestada

Por Marina B.

Mais de cem funcionários da estatal petrolífera venezuelana PDVSA, além de trabalhadores do Ministério do Petróleo e de outros setores públicos, foram forçados a renunciar devido às suas opiniões políticas desde a eleição contestada do mês passado, informaram trabalhadores e sindicatos. O governo afirma que o presidente Nicolás Maduro garantiu um terceiro mandato na eleição de 28 de julho, enquanto a oposição alega que as contagens parciais indicam uma vitória expressiva de seu candidato, Edmundo Gonzalez.

Executivos da PDVSA teriam instruído funcionários administrativos e operacionais a participar de comícios em apoio a Maduro e monitorado suas contas nas redes sociais, conforme relatado por quatro fontes da empresa e um líder sindical. Funcionários que não apoiaram Maduro ou questionaram os resultados oficiais estão sendo demitidos, segundo essas fontes. “Você é chamado para o RH, é feito sentar e recebe uma carta de demissão para assinar”, contou uma das fontes.

O Ministério do Petróleo e a PDVSA não responderam imediatamente a solicitações de comentários. A crise de pessoal na PDVSA pode piorar, já que a falta de trabalhadores qualificados tem afetado gravemente as operações da empresa, reduzindo sua produção de petróleo a uma fração do que era há uma década. Desde a eleição, cerca de 100 funcionários administrativos foram dispensados da sede da PDVSA em Caracas, e mais de 30 da divisão oriental, que é responsável pela maior parte da produção de petróleo bruto da Venezuela, foram forçados a renunciar, conforme informado pelo maior sindicato de petróleo do país.

José Bodas, líder sindical, afirmou em comunicado que “essa é uma retaliação política contra trabalhadores que se manifestaram contra Maduro durante o processo eleitoral mais recente”. A PDVSA possui cerca de 90.000 funcionários, de acordo com dados divulgados recentemente por seu CEO, Pedro Tellechea.

Outros órgãos públicos também estão adotando medidas semelhantes, incluindo vários ministérios, a empresa estatal de energia Corpoelec, conglomerados industriais estatais, a empresa petroquímica Pequiven, o sistema de metrô de Caracas e a mídia pública, de acordo com Bodas, outros sindicatos e fontes dessas entidades.

Pelo menos oito funcionários do Ministério do Petróleo foram afastados por motivos políticos, relatou uma fonte próxima ao assunto. A Reuters não conseguiu determinar imediatamente o número total de funcionários públicos que deixaram seus cargos nas três semanas desde a eleição. “Eles usam até as menores coisas, como status em mídias sociais, uma mensagem em seu perfil, uma citação contra o governo. Tiram uma captura de tela e enviam para o RH”, disse um funcionário da refinaria, que pediu anonimato por medo de retaliação.

Países ocidentais e organismos internacionais, incluindo as Nações Unidas, pediram ao governo da Venezuela a divulgação da contagem completa dos votos da eleição e o fim da perseguição, após os protestos contra Maduro resultarem em 23 mortes e mais de 2.400 prisões.

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