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domingo, 22 setembro, 2024
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Mercado pressiona BC por alta de juros: Selic pode subir até 2 pontos percentuais

Por Marina B.

Economistas do mercado discutiram, em reunião com diretores do Banco Central nesta sexta-feira, 16, a possibilidade de um aumento de até dois pontos percentuais na taxa Selic. De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a maioria defendeu que elevar os juros seria o caminho mais adequado, embora alguns ainda considerem a possibilidade de manter a taxa em 10,5% ao ano.

“Alguns acreditam que a Selic pode se manter estável, outros que deveria subir levemente, e há quem defenda um aumento mais agressivo”, relatou um dos participantes, sob anonimato. Outro participante afirmou que, mesmo para aqueles que não preveem alta, um aumento não seria totalmente inesperado.

As opiniões sobre o tamanho dos aumentos divergem. Um economista espera quatro elevações consecutivas de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic a 11,5% até a primeira reunião do próximo ano. Outro participante sugeriu que o ciclo poderia começar com uma alta mais significativa de 0,5 ponto, seguida por outras três de igual magnitude.

Esse cenário reflete uma percepção comum de que a economia permanece mais forte do que o esperado, com um hiato do produto mais apertado que o estimado pelo BC e um mercado de trabalho aquecido. Além disso, há preocupações sobre a continuidade de uma política fiscal expansionista, que impulsionaria a demanda interna, e a inflação, cujas expectativas de mercado já estão desancoradas.

Alguns participantes também questionaram a ênfase do Copom na taxa de câmbio ao elaborar suas projeções de inflação e na condução da política monetária. “Houve críticas à superficialidade de basear a alta dos juros apenas no câmbio, sem considerar a relevância do hiato do produto”, disse um analista presente.

Após as declarações recentes do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, pelo menos dois participantes sugeriram que um aumento dos juros seria importante para manter a credibilidade da autoridade monetária. Outros defenderam que o Copom deveria elevar as taxas acima das expectativas atuais do mercado para antecipar-se a pressões futuras.

Os economistas projetaram o dólar entre R$ 5,50 e R$ 5,60 para o fim de 2024, com o IPCA estimado em torno de 4% tanto para este ano quanto para o próximo.

Um participante expressou dúvidas sobre o impacto do afrouxamento monetário nos Estados Unidos no valor do real. Alguns acreditam que os cortes no Federal Reserve podem aliviar o câmbio, enquanto outros consideram que esse efeito já está precificado, não gerando alívio adicional. O consenso entre os economistas é que o Fed cortará juros em setembro, embora haja divergências quanto à magnitude dessa redução.

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