O Chelsea chamou a atenção ao deixar quase 50 jogadores de fora da viagem de pré-temporada aos Estados Unidos. Este número destaca o tamanho atual do elenco principal, sem contar os emprestados. Apesar disso, o clube já comprometeu mais de R$ 1 bilhão em contratações para a temporada 2024/25, com um fluxo constante de saídas e chegadas no vestiário. Como isso é possível? O ge tenta esclarecer.
Atualmente, o Chelsea lista 43 jogadores em seu elenco profissional “senior” em seu site oficial, incluindo nomes conhecidos como o capitão Reece James, o zagueiro Fofana, o meio-campista Enzo Fernández e o atacante Cole Palmer. Além disso, há outros 10 atletas emprestados e jogadores da equipe sub-21 que treinam com o elenco principal, o que significa uma abundância de opções em algumas posições – são 14 atacantes, por exemplo, e dezenas de jogadores sob contrato.
Até agora, o Chelsea fez nove contratações para a janela de transferências de verão 2024/25. A mais cara foi a do atacante português Pedro Neto, por 60 milhões de euros (R$ 360,4 milhões). O total investido em reforços soma 189 milhões de euros, mais de R$ 1,1 bilhão, sem contar com Estevão, que só se juntará ao Chelsea no próximo ano.
Embora não haja um limite para o número total de jogadores sob contrato, algumas competições, como a Premier League, estabelecem um máximo de 25 jogadores inscritos por temporada, dos quais oito devem ser formados na Inglaterra. Atletas com 21 anos ou menos, formados no clube, são uma exceção a essa regra. A Premier League não respondeu a consultas sobre regras específicas para contratações, e a FA não discute detalhes contratuais de atletas.
A Fifa implementou em 2022 uma regulamentação para empréstimos, limitando a quantidade de jogadores emprestados ou recebidos a seis por clube, com exceção dos atletas sub-21 formados no próprio clube. Na Premier League, esse número é reduzido para quatro atletas emprestados de clubes ingleses, com um máximo de um nome entre os mesmos.
Sobre barreiras econômicas, as regras do Fair Play Financeiro da Premier League permitem um prejuízo máximo de 105 milhões de libras nas últimas três temporadas, dos quais 90 milhões devem ser cobertos pelos proprietários dos clubes. Para competições europeias, os clubes só podem gastar 70% de suas receitas com salários e contratações. No entanto, há espaço para manobras contábeis, como a amortização de valores gastos em transferências ao longo dos contratos. A Premier League limitou essa amortização a cinco anos a partir de 2023.
O Chelsea foi adquirido em maio de 2022 por um consórcio liderado pelo empresário norte-americano Todd Boehly por cerca de 5 bilhões de euros (R$ 25,5 bilhões na época). Fontes indicam uma falta de planejamento na gestão atual, com contratações às vezes consideradas exageradas, como a de Caicedo por 133 milhões de euros (R$ 719 milhões). O Chelsea também gastou mais de R$ 1,2 bilhão em três atletas do Brighton, 115,8 milhões de euros em jogadores do Leicester e mais de 103 milhões de euros em atletas do Manchester City, totalizando 1,28 bilhão de euros (R$ 7,7 bilhões) em contratações nos últimos três anos, com um saldo negativo de 833,7 milhões de euros após arrecadar 446,3 milhões de euros em vendas.
Apesar de o Chelsea ser elogiado pela correção nos pagamentos e na gestão de contratos, a estratégia de acumular talentos e oferecer contratos longos pode se tornar um fardo se os jogadores não corresponderem às expectativas. A média salarial atual é de 240 mil libras por mês (R$ 1,6 milhão), comparada aos 800 mil libras (R$ 5,6 milhões) da era Abramovich.
A estratégia de contratações do Chelsea nos últimos anos é vista como única, com uma tendência a assinar contratos mais longos e acumular talentos. Essa abordagem, que inclui contratos de longa duração e o recrutamento agressivo de jovens talentos, reflete uma tentativa de replicar estratégias comuns em outros esportes, como o beisebol.
Com mais de 60 jogadores saindo do clube nas últimas três temporadas, seja por venda ou empréstimo, o Chelsea tenta equilibrar seus investimentos e folha salarial. A média de idade dos reforços desta temporada é de 22 anos, e o clube planeja emprestar ou vender entre seis e sete jogadores do elenco. Os clubes da Premier League têm até 30 de agosto para registrar novas contratações e ajustes no elenco.