A ADB (Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros) e o Sinditamaraty (Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores) anunciaram nesta semana um indicativo de greve.
A decisão surge em resposta à contraproposta salarial apresentada pelo Ministério de Gestão e Inovação, que não atendeu às expectativas da classe.
Na quarta-feira (14 de agosto de 2024), o Sinditamaraty realizou uma Assembleia Geral, onde 89,21% dos votos foram favoráveis à greve. Em uma nota, a entidade explicou que a medida reflete a insatisfação com o processo de negociação com o governo e é considerada “essencial” para intensificar a mobilização da categoria.
A decisão do Sinditamaraty segue a linha da ADB, que, na segunda-feira (12 de agosto), também aprovou um indicativo de greve com 95% dos diplomatas votando a favor.
A ADB destacou que a greve é um reflexo da falta de valorização e reconhecimento, especialmente em um momento em que o Brasil está reassumindo um papel de destaque na política externa, sediando importantes eventos como as cúpulas do G20, do Brics e a COP-30.
Proposta do Governo
O Ministério de Gestão e Inovação apresentou uma proposta de aumento salarial não linear, variando de 7,8% para terceiros secretários a 23% para ministros de 1ª classe, a serem aplicados entre 2025 e 2026. No entanto, esta proposta foi rejeitada.
Em contraste, o sindicato pediu um reajuste linear de 36,9%. A ADB observou que, com a proposta do governo e a aposentadoria aos 75 anos, os jovens diplomatas enfrentam poucas perspectivas de avanço na carreira.