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domingo, 22 setembro, 2024
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Chore no começo para sorrir no fim: A última jornada de Marta no futebol feminino

Por Marina B.

Quando Marta se despediu das grandes competições após a eliminação do Brasil na Copa Feminina de 2019, suas palavras, “Chore no começo para sorrir no fim”, não foram apenas um desabafo emocional, mas um reflexo da sua trajetória com a seleção brasileira. Embora o tão sonhado ouro olímpico não tenha vindo em sua sexta e última tentativa, a craque de 38 anos pode se orgulhar de ter sido uma testemunha e, muitas vezes, protagonista das transformações no futebol feminino ao longo das últimas duas décadas.

Em 2002, quando Marta chegou à seleção com apenas 16 anos, o futebol feminino no Brasil estava longe de ser organizado. A Taça Brasil, a primeira competição nacional feminina, ocorreu entre 1983 e 1990, e o Campeonato Brasileiro da CBF, seu sucessor, teve apenas sete edições entre 1993 e 2001. A geração de Marta surgiu em meio a esse cenário desorganizado, e suas primeiras conquistas ajudaram a expor e dar visibilidade a um cenário que era amplamente ignorado.

Após pratas nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008, bem como um vice na Copa do Mundo de 2007 e um ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007, Marta sempre pedia apoio e estrutura para o futebol feminino. Ela não falava por si mesma, mas por todas as jogadoras que precisavam de oportunidades e melhores condições.

A primeira Copa do Brasil Feminina foi criada em 2007, e o Campeonato Brasileiro surgiu em 2013, sempre impulsionado pela pressão de grandes nomes como Marta. Ela também começou a entender o poder de sua voz, e na Copa da França-2019, fez um manifesto poderoso pedindo igualdade de gênero no futebol, destacando as disparidades entre homens e mulheres.

Apesar de seu desejo de igualdade e reconhecimento, a última fase da carreira de Marta também foi marcada por desafios. Nas Olimpíadas de 2008 e 2016, e nas Copas do Mundo de 2011, 2015 e 2019, o Brasil enfrentou eliminações frustrantes, muitas vezes logo após a fase de grupos. Marta sempre se manteve como uma voz de esperança e resiliência, pedindo apoio contínuo ao futebol feminino.

A chegada de Pia Sundhage para treinar a seleção brasileira após a Copa de 2019 trouxe uma renovação necessária, e Marta entendeu a importância de abrir espaço para as novas gerações. Embora tenha começado a Copa Feminina de 2023 no banco e tenha enfrentado uma surpreendente eliminação, Marta permaneceu uma líder e defensora do crescimento do futebol feminino.

Em sua última grande competição, a prata conquistada em Paris 2024 não diminuiu o orgulho de Marta por sua trajetória. Com seu inabalável espírito, ela resumiu sua jornada com a frase: “A gente é prata aqui (nas Olimpíadas), mas ouro na vida.” Marta se despede do campo com a certeza de ter contribuído significativamente para a evolução do futebol feminino.

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