A inflação voltou a acelerar em julho, com um aumento de 0,38% no mês, impulsionada pela alta nos preços da gasolina e das passagens aéreas, conforme dados do IBGE. O índice acumulado em 12 meses atingiu 4,5%, chegando ao teto da meta do Banco Central, que é de 3%, com uma margem de variação de até 1,5 ponto percentual. Esse cenário adiciona mais pressão sobre a autoridade monetária, que optou por manter a Selic em 10,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Gasolina e Conta de Luz em Alta
Em julho, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta. Parte desse aumento pode ser atribuída ao custo da gasolina, que subiu 3,15% no mês e tem um impacto significativo no orçamento das famílias. Essa elevação foi causada, principalmente, pelo reajuste de 7,1% anunciado pela Petrobras no início do mês, após 11 meses sem alterações nos preços. Além disso, o gás de cozinha teve um aumento de 9,8%.
As passagens aéreas também registraram um aumento de 19%, um reflexo do período de férias escolares. Outro fator que contribuiu para a alta geral foi o aumento na conta de luz, devido à ativação da bandeira amarela.
Perspectivas
Economistas projetam que a inflação deve terminar o ano em cerca de 4,12%, de acordo com a última pesquisa do Boletim Focus, que compila as previsões de analistas do mercado. A atenção está voltada para o comportamento dos preços em 2025 e a possibilidade de o Banco Central cumprir a meta estabelecida para o próximo ano.
A expectativa de inflação para 2025 foi ajustada para 3,98%, ante 3,96% anteriormente. O Banco Central afirmou que não “hesitará” em elevar a taxa básica de juros se for necessário para garantir que a inflação convirja para a meta de 3%. A meta possui uma margem de tolerância de 1,50 ponto percentual, variando entre 1,5% e 4,5%.
