Entre os 11 partidos que formam a base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apenas 2 saíram em defesa da vitória de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela) nas eleições de 28 de julho de 2024: o PT e o PC do B. O levantamento é do Poder360.
O Psol, que apoia o governo e geralmente se alinha com regimes de esquerda, fez uma declaração ambígua: pediu transparência, mas criticou as “ameaças golpistas” da oposição venezuelana, sem questionar os resultados divulgados pela autoridade eleitoral, dominada por Maduro.
Já o PDT, que conta com dois ministros no governo (Waldez Góes e Carlos Lupi), informou ao Poder360 que tomará uma posição sobre a eleição na Venezuela somente após uma reunião marcada para a próxima semana.
Os demais partidos da coalizão lulista são críticos da vitória de Maduro. MDB, PSD, União Brasil, PSB, PP, Republicanos e Rede Sustentabilidade, que possuem 13 ministérios, estão se posicionando contra os resultados favoráveis ao chavista. O senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, acusou Maduro de fraude eleitoral. O PP, que tem um ministro, André Fufuca, não poupou críticas. Da mesma forma, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, tachou o processo eleitoral venezuelano como “não democrático”.
O QUE LULA DISSE SOBRE MADURO
Embora o presidente Lula não tenha liderado o apoio a Maduro como seu partido, declarou em 30 de julho que não viu “nada de anormal” nas eleições. “A imprensa brasileira está tratando isso como se fosse a 3ª Guerra Mundial; não há nada de anormal,” afirmou Lula.
Dois dias depois, em 1º de agosto, o governo brasileiro, em parceria com Colômbia e México, emitiu uma nota que pede a divulgação das atas eleitorais, mas sugere que a oposição evite protestos para não agravar a violência. O comunicado foi tão ambíguo que tanto Maduro quanto a oposição o elogiaram.
Uma carta assinada por 30 ex-presidentes das Américas e da Espanha denunciou uma “usurpação da soberania popular” por Maduro e pediu que Lula reafirme seu “compromisso inquestionável com a democracia”. Lula é visto como um “fiador regional” do presidente venezuelano.
O governo emitiu uma nota com a Colômbia e o México, mantendo uma postura neutra, mas essa neutralidade é interpretada como conivência com Maduro. Antes das eleições, Maduro havia criticado o sistema eleitoral brasileiro e, sem provas, alegou que as urnas eletrônicas não eram auditáveis, o que levou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a desistir de enviar observadores. Lula, por sua vez, manteve-se em silêncio.
*Com informações, Poder360.