Dólar Hoje Euro Hoje
segunda-feira, 23 setembro, 2024
Início » Banco Central ameaça com novos aumentos na taxa de juros se inflação sair do controle

Banco Central ameaça com novos aumentos na taxa de juros se inflação sair do controle

Por Marina B.

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 6, enfatizou que a autoridade monetária não hesitará em aumentar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação à meta, se julgar necessário.

“O cenário atual, marcado por projeções mais elevadas e maiores riscos de alta da inflação, é desafiador. O comitê avalia que o desenvolvimento desse cenário será crucial para definir os próximos passos da política monetária”, diz um trecho do documento.

O comitê justificou que a decisão unânime de manter a Selic em 10,50% ao ano, na semana passada, é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta de 3% em 2024. Segundo o Copom, a melhor estratégia é manter a taxa de juros elevada por um período suficientemente longo para alcançar a meta de inflação.

O Banco Central indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no cenário de referência para 2024, está em 4,2% e, para 2025, em 3,6%. No comunicado e na ata, a autoridade monetária não indicou qual será o ritmo de corte de juros na próxima reunião, marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

A avaliação é que a política monetária se manterá contracionista por tempo suficiente para consolidar o processo desinflacionário e ancorar as expectativas.

“O comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico de resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela”, afirma o documento.

O Copom destacou que os riscos para o cenário inflacionário incluem a desancoragem das expectativas de inflação por um período mais prolongado, maior resiliência na inflação de serviços do que o projetado devido a um hiato do produto mais apertado, e a combinação de políticas econômicas externas e internas que impactem a inflação. Nesse caso, foi citado como exemplo uma taxa de câmbio persistentemente depreciada, como tem ocorrido no Brasil.

A ata pontua que, sem comprometer o objetivo de assegurar a estabilidade de preços, a decisão também visa suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e promover o pleno emprego.

O documento reitera que o comitê permanecerá vigilante e eventuais ajustes futuros na taxa de juros “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

O colegiado ainda destaca que a conjuntura atual apresenta um processo desinflacionário que tende a ser mais lento, com a ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador. Essa conjuntura demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

Política fiscal A ata ressalta que o Copom monitora atentamente a política fiscal. O documento destaca que a percepção recente do mercado traz impactos relevantes em ativos e nas expectativas.

“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas. O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz a ata.

O colegiado reitera que políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

A ata também reforça a visão de que a diminuição no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.