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terça-feira, 24 setembro, 2024
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Pastor é acusado de pregar contra religiões afro-brasileiras é multado pelo Ministério Público

Por Marina B.

O pastor Wilson Félix da Silva está enfrentando um processo movido pelo Ministério Público (MP) sob a acusação de “discurso de ódio contra religiões de matrizes afro-brasileiras”. A acusação surgiu após o pastor supostamente associar a crença em Iemanjá à “desgraça e degradação” em uma declaração feita durante um culto transmitido online. A ação foi ajuizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro, que alega que o pastor usou sua posição para demonizar religiões afro-brasileiras.

A polêmica começou quando o pastor reagiu à decisão das autoridades de Mangaratiba, RJ, de incluir o evento “Águas de Axé” no calendário oficial da cidade, uma celebração marcada para 20 de janeiro que visa promover a cultura afro-brasileira e combater o racismo e a intolerância. Durante um sermão sobre “guerra espiritual”, o pastor teria atribuído a Iemanjá “toda sorte de coisas maléficas que possam ocorrer” na cidade.

O Ministério Público, representado pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no RJ, Jaime Mitropoulos, argumenta que a declaração do pastor constitui discriminação contra as manifestações culturais afro-brasileiras, desumanizando e estigmatizando essas religiões. O MP solicita que o pastor seja condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil por “violações aos direitos fundamentais”, alegando que sua fala atinge “grupos historicamente vulnerabilizados pela intolerância religiosa e pelo racismo cultural”. Além disso, o procurador determinou o envio de uma cópia do vídeo do sermão para apuração criminal, considerando que o pastor pode ter praticado “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Esse caso ocorre em meio a debates mais amplos sobre a liberdade de expressão religiosa no Brasil. Outro pastor, Yago Martins, enfrentou uma situação semelhante ao afirmar que, segundo a Bíblia, todas as religiões pagãs adoram demônios, incluindo o candomblé e a umbanda. Martins foi acusado de “racismo religioso”, mas o caso foi arquivado, com o pastor alegando que o processo foi uma tentativa de constrangê-lo.

Esses incidentes evidenciam as tensões entre a liberdade de expressão religiosa e a necessidade de proteger grupos religiosos minoritários contra discursos considerados discriminatórios.

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