A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo e fugiu do país nesta segunda-feira (05), em meio a um dos piores episódios de violência que a nação já viu desde sua independência há mais de cinquenta anos.
O chefe do Exército, general Waker-Us-Zaman, anunciou em um discurso televisionado que Hasina, de 76 anos, deixou Bangladesh e que um governo interino será estabelecido. Fontes indicam que Hasina deixou o país a bordo de um helicóptero militar com sua irmã e seguiu para a Índia, onde aterrissou em Agartala, capital do Estado de Tripura.
Enquanto isso, imagens de televisão mostraram milhares de pessoas comemorando nas ruas de Daca, a capital, e invadindo a residência oficial de Hasina, “Ganabhaban”. As multidões gritaram palavras de ordem e mostraram sinais de vitória, enquanto saqueavam a residência, levando televisores, cadeiras e mesas de um dos edifícios mais protegidos do país.
“Ela fugiu do país, fugiu do país”, gritavam os manifestantes. Os protestos, que começaram no mês passado, foram desencadeados por exigências de estudantes para a eliminação de um sistema controverso de cotas em empregos públicos. A situação se agravou em uma campanha para a destituição de Hasina, que havia conquistado um quarto mandato consecutivo em uma eleição boicotada pela oposição.
Nesta segunda-feira, confrontos entre a polícia e manifestantes em áreas de Daca resultaram na morte de pelo menos seis pessoas, de acordo com o jornal Daily Star. No mês passado, cerca de 150 pessoas morreram em protestos semelhantes. Estudantes ativistas haviam convocado uma marcha desafiando um toque de recolher nacional para pressionar Hasina a renunciar, após confrontos mortais que deixaram quase 100 pessoas mortas em todo o país.
