Os Estados Unidos reconheceram hoje o candidato da oposição na Venezuela como o legítimo vencedor das eleições. Em resposta, Brasil, Colômbia e México emitiram um comunicado conjunto, exigindo que o governo venezuelano divulgue imediatamente as atas das urnas de domingo e que os resultados sejam verificados de forma imparcial.
Até agora, o ditador Nicolás Maduro não publicou as atas, levantando dúvidas sobre a possibilidade de uma verificação imparcial, já que todas as instituições eleitorais no país são totalmente controladas pelo regime chavista.
A situação criada por Maduro transcende o tradicional esquema esquerda versus direita, refletindo uma nova divisão internacional. Regimes autoritários de diferentes espectros políticos, como Hungria, Rússia (não considerados de esquerda) e China, assim como o Irã (uma teocracia islâmica), apoiam Maduro.
Por outro lado, governos de esquerda, como o Chile, condenam a fraude eleitoral de Maduro, junto com diversas democracias abertas na Europa, Américas e Ásia, governadas por variadas correntes políticas. O que está em jogo em escala global – exemplificado pela crise venezuelana – é a defesa dos valores democráticos contra aqueles que tentam sufocar a oposição e governar pela força.
A crise na Venezuela é, essencialmente, sobre o respeito ou não aos valores universais de direitos humanos e liberdades civis. Ao tratar a questão como uma disputa entre aliados esquerdistas e inimigos direitistas, o governo Lula está colocando o Brasil do lado errado da história.