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segunda-feira, 23 setembro, 2024
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Exílio: Asilados venezuelanos e embaixadas da Argentina e Peru sob proteção do Brasil após expulsão do ditador Maduro

Por Marina B.

O Brasil assumirá a representação diplomática das embaixadas da Argentina e do Peru em Caracas, assim como a manutenção dos prédios e, mais importante, o cuidado dos seis asilados venezuelanos que residem sob a proteção do governo Javier Milei após a ditadura de Nicolás Maduro expulsar essas equipes diplomáticas da capital.

A medida tem um duplo significado. Primeiro, pela colaboração entre Brasília e Buenos Aires em um momento no qual as tensões entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Milei chamam a atenção. Segundo, pelos esforços contínuos de Brasília em manter o diálogo com Maduro.

Nesta quinta-feira (1º), o presidente argentino saudou publicamente a iniciativa do governo brasileiro na rede social X, sem mencionar Lula. “Agradeço imensamente a disposição do Brasil em assumir a custódia da embaixada argentina na Venezuela”, afirmou o ultraliberal. “Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos.” Sua chanceler, Diana Mondino, também agradeceu a colaboração.

Os seis asilados que receberam proteção da gestão de Milei fazem parte da campanha de Edmundo González, candidato da principal coalizão opositora à Presidência, e de María Corina Machado, a maior líder opositora na Venezuela.

Os asilados são encarregados de comunicação e política internacional, entre outros temas. No X, María Corina agradeceu a decisão brasileira.

A ditadura de Maduro expulsou diplomatas de pelo menos outros cinco países que contestaram o anúncio de sua reeleição: Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

Não se descarta que outras representações diplomáticas também sejam protegidas pelo Brasil, considerando que é necessário cuidar dos prédios e arquivos, que agora estarão sem pessoal, e continuar fornecendo serviço consular para os cidadãos dessas nacionalidades que residem na Venezuela.

A ampliação do isolamento diplomático venezuelano ocorre em meio a questionamentos sobre a eleição presidencial que anunciou a vitória de Maduro, contestada por alegações de fraude e pedidos da comunidade internacional para que o regime divulgue as atas das mesas de votação, algo de praxe no sistema eleitoral local.

Nos últimos dias, carros de polícia foram vistos nos arredores do prédio da embaixada argentina, e os asilados denunciaram uma possível tentativa de invasão. Nada, no entanto, ocorreu.

Os diplomatas argentinos deixaram o país na manhã desta quinta-feira. Os seis asilados permanecerão ali. Eles são acusados de conspirar no país. Um tema sensível para o Brasil é que, mesmo de dentro da embaixada argentina, essas pessoas continuam trabalhando na campanha de González e María Corina, ainda que a distância.

O governo da Costa Rica, outro país cujo corpo diplomático foi expulso por Caracas, ofereceu asilo a essas seis pessoas, assim como a Edmundo González e a María Corina. Nos últimos dias, figuras de alto escalão do chavismo têm pedido a prisão dos dois.

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