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segunda-feira, 11 novembro, 2024
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Maduro no alvo: Carter Center critica eleições antidemocráticas e exige transparência

Por Marina B.

O Carter Center declarou que não conseguiu verificar os resultados da eleição presidencial da Venezuela, atribuindo às autoridades a responsabilidade por uma “completa falta de transparência” ao declarar Nicolás Maduro como vencedor sem fornecer nenhuma contagem individual de votos.

A declaração, feita na terça-feira à noite pelo grupo sediado em Atlanta, é talvez a crítica mais severa até agora ao caótico processo eleitoral da Venezuela, vinda de um dos poucos grupos externos convidados pelo governo Maduro para observar a votação.

“A falha da autoridade eleitoral em anunciar resultados desagregados por seção eleitoral constitui uma séria violação dos princípios eleitorais,” disse o Carter Center. O grupo, que contou com uma missão técnica de 17 especialistas em quatro cidades da Venezuela, acrescentou que a eleição não atendeu aos padrões internacionais e “não pode ser considerada democrática.”

As duras críticas do Carter Center coroaram um segundo longo dia de protestos contra os resultados por parte dos oponentes de Maduro, que afirmam que seu candidato, Edmundo González, derrotou o atual presidente por uma margem de mais de dois para um.

O governo de Maduro não aceitou as críticas de forma passiva e intensificou os ataques aos oponentes na terça-feira, com alguns aliados sugerindo que o líder mais influente da oposição e um candidato presidencial fossem presos.

Um dia após Maduro ser declarado vencedor pelo Conselho Eleitoral Nacional, leal a ele e ao partido no poder, os ataques, transmitidos pela televisão nacional, ocorreram após a divulgação surpresa pela oposição de dados detalhados da votação, que, segundo a oposição, mostram que Edmundo González obteve uma vitória esmagadora.

O conselho eleitoral não divulgou nenhum resultado no nível dos centros de votação, que vem das folhas de contagem que as mais de 30.000 máquinas de votação eletrônica imprimem após o fechamento das urnas. Embora não seja obrigado a fazê-lo, em eleições anteriores os números foram postados online em poucas horas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por telefone e concordaram que a Venezuela deve divulgar os dados, afirmando que o resultado da eleição “representa um momento crítico para a democracia no hemisfério,” de acordo com um resumo da ligação feito pela Casa Branca.

Biden e Lula “concordaram com a necessidade de divulgação imediata de dados de votação completos, transparentes e detalhados em nível de seção eleitoral pelas autoridades eleitorais venezuelanas,” afirmou o comunicado.

A Venezuela, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo bruto do mundo e já foi a economia mais avançada da América Latina, entrou em queda livre depois que Maduro assumiu o comando em 2013. A queda acentuada dos preços do petróleo, a escassez generalizada e a hiperinflação que ultrapassou 130.000% levaram à agitação social e à emigração em massa.

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