Nesta segunda-feira (29), o 3º Juizado Especial Criminal de Brasília condenou Walter Delgatti Neto a 10 meses de prisão pelo crime de calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A acusação envolveu alegações de que Delgatti havia mentido ao acusar Bolsonaro de grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante depoimento na CPI do 8 de Janeiro.
A defesa de Delgatti informou que planeja recorrer da decisão.
O juiz Omar Dantas Lima afirmou que as provas apresentadas confirmaram tanto a materialidade quanto a autoria do crime de calúnia. Delgatti foi sentenciado a 10 meses e 20 dias de detenção por agir com dolo, ou seja, com a intenção deliberada de caluniar Bolsonaro em um contexto público e altamente visível.
Além da detenção, Delgatti deverá arcar com as custas do processo. O juiz permitiu que ele apelasse em liberdade, apesar de já estar preso por outro caso.
Atualmente, Delgatti está detido em Araraquara (SP) devido a uma investigação sobre um suposto plano para invadir o sistema do Poder Judiciário. Em 23 de abril, ele e a deputada federal Carla Zambelli foram denunciados por invadirem o sistema do CNJ, inserindo um mandado de prisão para Alexandre de Moraes, assinado pelo próprio juiz.
Em 2019, Delgatti assumiu a invasão de celulares de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do então juiz Sergio Moro, relacionados à Operação Lava Jato.
O ex-presidente Jair Bolsonaro postou sobre a condenação de Delgatti há pouco em suas redes sociais. “Menos uma narrativa repleta de desinformações propositais diariamente. O hacker nos acusou de grampear o ministro Alexandre de Moraes, do STF”, escreveu Bolsonaro.