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segunda-feira, 23 setembro, 2024
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Protestos explodem na Venezuela: Polícia usa gás lacrimogêneo enquanto oposição clama por justiça eleitoral

Por Marina B.

Os protestos tomaram conta da Venezuela, com a polícia disparando gás lacrimogêneo em Caracas, após alegações da oposição de que venceu a eleição do último fim de semana, que foi oficialmente concedida ao presidente Nicolás Maduro. As manifestações irromperam depois que a comissão eleitoral, acusada de parcialidade para com o governo, anunciou na segunda-feira que Maduro havia garantido um terceiro mandato com 51% dos votos, mantendo o controle de seu movimento “chavista” por um quarto de século.

A oposição, no entanto, afirma que as contagens de 73% dos votos disponíveis mostraram uma vitória esmagadora para seu candidato, Edmundo González, que teria recebido mais do dobro dos votos de Maduro. Em resposta, muitos venezuelanos realizaram “cacerolazos”, um protesto tradicional latino-americano em que as pessoas batem panelas e frigideiras, e alguns bloqueiam estradas, ateiam fogo e jogam coquetéis molotov contra a polícia. Os protestos se espalharam pelo país, chegando até o palácio presidencial de Miraflores em Caracas.

“Estamos cansados deste governo. Queremos uma mudança e liberdade para a Venezuela. Queremos que nossas famílias possam voltar para casa”, afirmou um manifestante mascarado, referindo-se ao êxodo de cerca de um terço dos venezuelanos nos últimos anos. Policiais em Caracas e Maracay usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que andavam de moto, ocupavam as ruas e se protegiam com a bandeira venezuelana ou lenços.

O governo classificou os manifestantes como agitadores violentos. “Eu lutarei pela democracia do meu país. Eles roubaram a eleição de nós”, declarou um manifestante não identificado. Em Coro, no estado de Falcón, os manifestantes aplaudiram e dançaram após derrubar uma estátua do falecido presidente Hugo Chávez, mentor de Maduro.

O Observatório Venezuelano de Conflitos relatou 187 protestos em 20 estados até o final da segunda-feira, com numerosos atos de repressão e violência por parte de grupos paramilitares e forças de segurança. Maduro, em uma transmissão ao vivo, alegou que suas forças estavam mantendo a paz, e as Forças Armadas continuavam a apoiá-lo sem sinais de ruptura.

Pelo menos duas mortes foram registradas em conexão com os protestos e a contagem de votos, uma em Táchira e outra em Maracay. Maduro, que assumiu o poder após a morte de Chávez em 2013 e foi reeleito em 2018, enfrenta acusações de fraude nas eleições anteriores, e seu governo lida com um colapso econômico e uma crise migratória.

A declaração de vitória de Maduro foi amplamente questionada por pesquisadores independentes e governos internacionais, com os EUA e a União Europeia exigindo uma tabulação completa dos votos. O presidente argentino Javier Milei afirmou que nem mesmo Maduro acredita na vitória que está comemorando.

O Peru ordenou a saída dos diplomatas venezuelanos, citando “decisões arbitrárias” do regime, enquanto aliados como Rússia e Cuba manifestaram apoio a Maduro. A Organização dos Estados Americanos se reunirá em Washington para discutir a situação, e a líder da oposição, María Corina Machado, convocou marchas para terça-feira, prometendo mobilizar os venezuelanos em defesa da verdade eleitoral. O governo também está planejando manifestações pró-Maduro.

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