Após um processo de apuração de votos restrito aos fiscais da oposição, o regime de Nicolás Maduro anunciou sua reeleição com 51,2% dos votos, totalizando mais de 5,1 milhões de sufrágios, contra 44,2% ou 4,4 milhões para o candidato opositor, Edmundo González. Esse resultado surpreende, considerando que pesquisas anteriores previam uma vitória de González entre 58% e 62%. A apuração paralela da oposição indica uma vitória para González com cerca de 70% dos votos.
A apuração foi realizada sem a presença de representantes da oposição, que denunciaram irregularidades em coletiva de imprensa realizada às 21h30 (22h30 de Brasília), quando as evidências de fraude se tornaram mais evidentes. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime, alegou que a divulgação dos resultados foi atrasada devido a uma suposta “agressão contra o sistema de transmissão de dados”. Segundo o órgão, com 80% das urnas apuradas, a tendência era de uma vitória “contundente e irreversível” para Maduro.
A líder da oposição, María Corina Machado, alegou que Edmundo González venceu as eleições e destacou a participação “histórica” dos eleitores. Ela também mencionou que quatro auditores independentes confirmaram a vitória de González em todos os estados.
Reações internacionais ao resultado incluem:
Espanha: O ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, pediu “total transparência” na contagem dos votos e a publicação detalhada dos resultados, destacando a divisão de opiniões sobre os números brutos apresentados.
EUA: O secretário de Estado Antony Blinken expressou “séria preocupação” com a possibilidade de que os resultados não reflitam a vontade do povo e pediu uma recontagem “justa e transparente” dos votos.
Argentina: O presidente Javier Milei declarou “MADURO DITADOR, FORA!!!” e chamou a vitória de Maduro de “fraude”, pedindo que as Forças Armadas defendam a democracia.
Chile: O presidente Gabriel Boric pediu “total transparência” e a verificação dos resultados por observadores internacionais não alinhados ao governo.
Peru: O chanceler Javier González-Olaechea anunciou que chamará o embaixador peruano na Venezuela para discutir os “gravíssimos anúncios oficiais”.
Costa Rica: O presidente Rodrigo Chaves repudiou a eleição de Maduro como “fraudulenta” em uma mensagem no X.
Uruguai: O presidente Luis Lacalle Pou questionou a validade da vitória de Maduro, apontando falhas no processo eleitoral.
Guatemala: A presidência pediu “resultados transparentes e precisos” e a defesa do voto dos venezuelanos pelas missões de observação eleitoral.
Aliados de Maduro:
- O presidente cubano Miguel Díaz-Canel celebrou o “triunfo” do povo venezuelano.
- O presidente nicaraguense Daniel Ortega enviou “saudações e homenagem” a Maduro.
- O presidente boliviano Luis Arce parabenizou a reeleição de Maduro e reforçou os laços de amizade entre os países.
- A presidente hondurenha Xiomara Castro elogiou o “triunfo inquestionável” de Maduro e o legado de Hugo Chávez.