A Igreja celebra nesta segunda-feira, 22, a festa litúrgica de Santa Maria Madalena, que foi testemunha da Ressurreição de Jesus, conforme os evangelhos, e colaborou com os discípulos na missão de divulgar a Palavra de Deus.
O missionário da Comunidade Canção Nova, padre Leonardo Ribeiro do Nascimento, lembra que em 2016, durante o papado de Francisco, a Memória Litúrgica de Maria Madalena foi elevada a Festa. “Isso foi feito para destacar a importância desta fiel discípula de Cristo”, explica. O sacerdote enfatiza que a santa é um exemplo de quem escolheu uma vida de pobreza, austeridade e fidelidade, demonstrando um profundo amor por Deus.
O Decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que instituiu a festa, afirma que a Igreja, tanto no Ocidente quanto no Oriente, sempre concedeu a máxima reverência a Santa Maria Madalena, a primeira testemunha e evangelista da Ressurreição de Cristo, embora as celebrações tenham variado.
“Hoje, com a Igreja refletindo mais profundamente sobre a dignidade da mulher e a nova evangelização, é apropriado que o exemplo de Santa Maria Madalena seja mais claramente apresentado aos fiéis. Ela, que amou Cristo e foi profundamente amada por Ele, é considerada por São Gregório Magno ‘testemunha da misericórdia divina’ e por São Tomás de Aquino ‘apóstola dos apóstolos’. Assim, pode ser vista como um paradigma da missão das mulheres na Igreja”, afirma o texto.
Patrícia Oliveira Cabral, celibatária da Comunidade Canção Nova, compartilha que Maria Madalena entrou em sua vida durante o noviciado em 2002. “Padre Jonas me pediu para conhecer Maria Madalena e pedir sua intercessão. No início não dei muita importância, mas ela gradualmente passou a fazer parte da minha vida. Padre Jonas foi quem primeiro me falou dela”, relembra. Patrícia conta que pediu muito a intercessão da santa ao buscar seu estado de vida e viu em Maria Madalena um exemplo de dedicação a Cristo. “Considero-a madrinha do meu celibato e fiz meu primeiro compromisso em 22 de julho de 2019”, diz.
A missionária Adriana de Jesus destaca que a devoção a Maria Madalena ensina sobre esperança, conversão e a possibilidade de transformação pessoal. “Assim como ela, todos somos chamados a ser testemunhas da Verdade, que é Cristo Jesus.”
Adriana relata que, durante sua adolescência, procurava preencher um vazio com vícios e relacionamentos superficiais. “Quando ouvi o Evangelho sobre Jesus acolhendo Maria Madalena sem julgamentos, senti o verdadeiro amor que devolve dignidade e perdão”, diz.
Padre Leonardo ressalta que Jesus enviou Maria Madalena para anunciar aos discípulos a Boa Nova da Ressurreição: “Eu vi o Senhor!”. “Após os discípulos Pedro e João confirmarem que o túmulo estava vazio, Maria Madalena permaneceu ali em lágrimas, mostrando seu zelo e tristeza”, reflete o presbítero.
Sobre a santa, o padre explica que seu sobrenome deriva de Magdala, sua cidade natal às margens do Lago de Tiberíades. No Evangelho de Lucas, é mencionado que Maria, chamada Madalena, foi libertada de sete demônios por Jesus. Alguns estudiosos e tradições associam Maria Madalena a uma pecadora anônima mencionada em Lucas 7, embora a maioria dos relatos a retrate como uma testemunha fiel da Ressurreição e presença na crucificação de Jesus.