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quinta-feira, 10 outubro, 2024
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Promessas vazias? Lula e sua equipe sem plano claro para resgatar a economia, muito menos cortar gastos

Por Marina B.

O consumo está em ascensão, os indicadores de confiança entre os mais pobres estão melhorando e as projeções econômicas têm mostrado recuperação, porém, o panorama geral continua marcado pela mediocridade, com a indústria estagnada enquanto apenas o setor agropecuário apresenta dinamismo claro. Segundo o IBC-Br do Banco Central, a atividade econômica cresceu 0,25% em maio, 0,53% no trimestre móvel desde março e 1,66% nos últimos 12 meses. Em contraste, a Fundação Getúlio Vargas registrou avanços mais modestos: 0,3% em maio e 2,4% em 12 meses, impulsionados pelo setor rural, enquanto serviços demonstram menor dinamismo e a indústria retrai (Monitor do PIB-FGV).

Os prognósticos de mercado elevaram a estimativa de crescimento para 2024 de 2,08% para 2,11% em apenas quatro semanas. As projeções medianas para 2025 ficaram em 1,97%, mantendo-se em 2% para os anos seguintes, conforme a pesquisa Focus divulgada recentemente. Contudo, persiste a visão de que o Brasil ainda não consegue superar consistentemente a marca dos 2% de crescimento anual, especialmente sem reativar o setor industrial e reverter a desindustrialização que se arrasta há pelo menos uma década.

Em maio, dezesseis das 25 atividades industriais monitoradas pelo IBGE recuaram, resultando em uma queda acumulada de 1,7% nos dois últimos meses, anulando o ganho de 1,1% do bimestre anterior. Comparado a fevereiro de 2020, a produção industrial caiu 1,4% e está 17,8% abaixo do pico registrado em maio de 2011. O desastre climático no Rio Grande do Sul agravou esses problemas, com inundações impactando severamente o setor já fragilizado em outras partes do país.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico, tem prometido esforços para a reindustrialização, mas o sucesso dessa política dependerá do engajamento mais intenso do presidente na revitalização do setor produtivo. Será crucial um esforço conjunto em áreas como financiamento, tecnologia, capacitação de mão de obra e comércio exterior. É tentador recorrer a políticas protecionistas e de favorecimento em compras governamentais, porém, sem avanços significativos em tecnologia, gestão e competitividade das empresas, tais medidas podem não ser eficazes.

Para uma recuperação econômica efetiva, será fundamental promover a modernização produtiva, algo já em curso na agropecuária e no setor extrativo, mas que precisa avançar na indústria de transformação e nos serviços. Enquanto o presidente Lula concentra esforços na melhoria das condições sociais e na democratização da educação, é crucial também focar nos desafios e metas da produção. Um plano robusto e articulado de renovação econômica e social ainda está por ser apresentado pela atual administração.

Por fim, não se pode subestimar a importância de controlar gastos e manter a disciplina fiscal para sustentar um desenvolvimento econômico e social duradouro, algo que, por vezes, parece ficar em segundo plano nas prioridades governamentais.

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