A eliminação do Brasil na Copa América 2024 revela uma profunda crise técnica na Seleção Brasileira de Futebol Masculino. Apesar de contar com um elenco qualificado e repleto de talentos individuais, a equipe está longe de sustentar seu status de país do futebol. Um planejamento estratégico é crucial para iniciar a remodelação e estabelecer um DNA de jogo consistente.
A principal questão é estrutural, impactando o desenvolvimento de processos que deveriam resultar em uma equipe organizada. A falta de um padrão de jogo coerente, compatível com o potencial técnico dos jogadores, é evidente.
Desde que Tite anunciou sua saída após a Copa do Mundo de 2022, era esperado um processo de transição administrativa que afetaria diretamente o desempenho da equipe. No entanto, as sucessivas trocas de técnicos com estilos de trabalho distintos geraram mais incertezas do que soluções. Além dos erros administrativos da CBF, falhas na comunicação entre os diferentes níveis de comando da Seleção também prejudicaram.
Atualmente, a Seleção Brasileira carece de um sistema de jogo definido para conquistar vitórias consistentes, dependendo demasiadamente de performances individuais para ser produtiva no campo. Nesse contexto, foi considerada uma decisão cautelosa não utilizar o jovem atacante Endrick na Copa América, apesar de sua convocação.
Enquanto a Espanha demonstrou coragem ao integrar jovens como Lamine Yamal e Nico Williams na Eurocopa, o Brasil enfrentou dificuldades táticas, especialmente na partida contra o Uruguai, quando a ausência de Vini Jr. revelou a falta de entrosamento e organização da equipe.
A desorganização tática foi evidente também contra a Colômbia, onde teoricamente superior, o Brasil não conseguiu impor seu jogo diante de adversários com menos destaque individual na Premier League.
Para a Seleção Brasileira alcançar sucesso consistente, será crucial um trabalho prolongado e estruturado, capaz de oferecer soluções eficazes diante de qualquer adversário, independentemente de sua abordagem de jogo.
Apesar dos desafios, a defesa sólida demonstrada sob o comando de Dorival Júnior durante a Copa América sugere que há potencial para reconstruir uma equipe equilibrada, capaz de jogar ofensivamente mantendo uma defesa organizada. No entanto, sem um planejamento estratégico sólido, as chances de garantir a classificação para a Copa do Mundo de 2026 permanecem ameaçadas.
