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sexta-feira, 20 setembro, 2024
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Prefeitura fecha abrigo feminino na Tijuca: Mulheres desabrigadas perguntam ‘Onde vamos dormir?’

Por Marina B.

A Prefeitura do Rio de Janeiro fechou nesta segunda-feira (8) um abrigo na Tijuca, Zona Norte do Rio, destinado exclusivamente a mulheres em situação de rua. O local, situado na Rua Haddock Lobo, será transformado em um espaço de acolhimento para pessoas do sexo masculino.

O G1 conversou com frequentadoras do abrigo, que manifestaram preocupação com o fechamento, alegando vínculos com o bairro. Rosana Rodrigues, 48 anos, paciente no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Mané Garrincha, no Maracanã, expressou sua preocupação com a interrupção do tratamento: “Eu vou para o abrigo na Ilha do Governador e faço tratamento aqui na Tijuca. Isso vai me atrapalhar muito. Já estou aqui há 4 anos.”

O Centro Provisório de Acolhimento (CPA) V, inaugurado em 2020 durante a pandemia de covid-19, era um dos três abrigos exclusivamente femininos, com capacidade total de 76 vagas. No entanto, segundo as frequentadoras, as vagas são insuficientes para atender à demanda da população de rua.

Mariana, 29 anos, que frequenta o abrigo há três meses e sempre morou no bairro, descobriu o fechamento quando chegou ao local: “Fui para a Ilha e disseram que meu nome não estava na lista. E agora, onde vou dormir hoje?”, lamenta.

Leo Motta, ex-morador de rua envolvido em projetos sociais com mulheres vulneráveis, alerta que o fechamento do abrigo é um grande problema para a população feminina em situação de rua: “Retirar as mulheres, que são particularmente vulneráveis, para transformar o espaço em abrigo masculino é uma péssima ideia. Elas enfrentam violência física, verbal e mental constantemente. A rua pode ser o lar de muitos, mas não deveria ser de ninguém.”

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) explicou que, ao considerar o perfil das mulheres atendidas ao longo de um ano na unidade, percebeu que a maioria necessitava de cuidados prolongados. A taxa de ocupação do abrigo, segundo os registros internos, não atingia os objetivos planejados de forma adequada.

A SMAS indicou que está redirecionando essas mulheres para unidades especializadas, em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Como opções de realocação, a direção do CPA da Tijuca ofereceu duas Unidades de Reinserção Social (URS) exclusivamente femininas: a URS Irmã Dulce, no Rio Comprido, com 16 vagas, e a URS Ilha do Governador, que terá sua capacidade ampliada de 50 para 100 vagas.

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