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domingo, 6 outubro, 2024
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Crise de Macron: Eleições antecipadas fragilizam presidente dentro e fora da França

Por Marina B.

O presidente Emmanuel Macron, outrora visto como um líder jovem e audacioso que buscava revitalizar a França com políticas pró-negócios e pró-europeias, agora enfrenta um cenário de enfraquecimento político tanto em casa quanto no exterior, à medida que a direita ganha força para alcançar o poder.

Macron, cujo mandato presidencial vai até 2027, afirmou que não renunciará antes disso. No entanto, diante da perspectiva de derrota nas eleições parlamentares antecipadas, ele poderá se ver obrigado a compartilhar o poder com um primeiro-ministro de um partido adversário.

Derrotando a líder do Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, duas vezes nas eleições presidenciais de 2017 e 2022, Macron declarou após sua primeira vitória, aos 39 anos, seu compromisso de reduzir o apoio aos extremos:

“Vou fazer todo o possível para que eles não tenham mais motivos para votar nos extremos”, afirmou na época.

A abordagem política de Macron, inicialmente promovida como “nem de direita, nem de esquerda”, teve um bom começo. Em 2022, ao derrotar Le Pen novamente, mas com uma margem menor, ele interpretou o resultado como uma rejeição às ideias da extrema direita, mais do que um apoio direto às suas próprias ideias.

Atualmente, sua coalizão enfrenta desafios significativos. O ex-primeiro-ministro Edouard Philippe chegou a comentar que Macron “matou a maioria presidencial”.

Na última sexta-feira (28), após uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, Macron justificou sua decisão de dissolver a Assembleia Nacional:

“Era essencial buscar um esclarecimento dos eleitores”, explicou.

Embora Macron argumente que suas realizações econômicas são notáveis, como a redução do desemprego de mais de 10% para 7,5% e o reconhecimento da França como o país europeu mais atraente para investimentos estrangeiros nos últimos anos, seu mandato foi marcado por turbulências significativas. Desde os protestos dos Coletes Amarelos contra desigualdades sociais até a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e os distúrbios de 2023 desencadeados por questões policiais.

Independentemente do desfecho eleitoral, a convocação de eleições antecipadas por Macron já fragiliza a posição da França na Europa, conforme observa Lisa Thomas-Darbois, vice-diretora de estudos sobre a França no Institut Montaigne:

“Isso gerou preocupações entre nossos parceiros europeus e internacionais. Já podemos ver a queda de nossa credibilidade apenas em termos de taxas de juros nos mercados financeiros. A ascensão do Reagrupamento Nacional não será reconfortante para a imagem da França nos próximos anos”, avaliou.

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