Os cientistas políticos que analisam o comportamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não veem apatia, mas sim um estilo de governança que reage mais do que age, o que surpreende pela falta de habilidade política comparado aos seus mandatos anteriores, segundo Sergio Praça, da FGV-RJ.
Praça destaca que, embora Lula tenha sido bem-sucedido em governos anteriores, o cenário atual, nacional e internacional, é diferente, e alerta para os riscos de confiar apenas na bonança econômica atual.
Já Carlos Pereira, colunista do Estadão e coautor do livro “Por que a democracia brasileira não morreu”, critica a centralização de recursos por Lula no PT e no governo, afastando parceiros e complicando ações efetivas do governo.
Claudio Couto, da FGV, observa uma falta de diálogo e confrontos internos no governo, refletindo em decisões vacilantes e conflitos públicos, como o recente embate com o presidente do Banco Central. Ele acredita que mudanças ministeriais podem ser necessárias para melhorar a governabilidade de Lula.
Aliados no Congresso esperam uma reorganização ministerial para fortalecer a relação com parlamentares sob a gestão de Artur Lira, mas alertam que Lula precisa retomar o controle do seu mandato como nos mandatos anteriores para garantir sucesso político.